Em 2023, as mineradoras pagaram R$ 6,85 bilhões referentes ao Cfem (Compensação Financeira pela Exploração Mineral). O total de transferências caiu 2,3% em relação a 2022, quando as transferências totalizaram R$ 7,01 bilhões.
Mesmo assim, o resultado é o terceiro maior da história. O levantamento foi realizado pelo Poder360 com dados da ANM (Agência Nacional de Mineração).
Fora 2022, os chamados royalties de direitos minerários foram maiores apenas em 2021, quando a receita do Cfem atingiu o recorde de 10,27 bilhões de reais. Nesse ano, impulsionados pela recuperação das actividades económicas após a epidemia, os preços do minério de ferro subiram acentuadamente, subindo para mais de 200 dólares por tonelada.
Vale dominou os números da Cfem
A Vale é a segunda maior mineradora do mundo, responsável por 53% do total de arrecadações do Cfem em 2023, no valor de 3,6 bilhões de reais. Historicamente, a empresa pagou cerca de metade dos seus royalties.
Em seguida vêm a britânica Anglo American, com 5,6% do total, e a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), com 5,5%. Um total de 7.867 empresas pagaram royalties.
Em 2023, o preço do minério de ferro ficará em torno de US$ 120, somado à desvalorização de 3,02% do dólar norte-americano no ano passado, o que afetará a receita da empresa porque o minério de ferro é uma commodity com preço internacional. O minério de ferro responde por 75% de toda a receita de royalties.
Saiba mais sobre o Cfem
Cfem é a compensação paga pelas receitas da mina. As taxas variam de 0,2% a 3%, dependendo do mineral. O dinheiro é arrecadado pela ANM, que repassa 12% para a União, 23% para os estados produtores e o restante para os municípios produtores e regiões afetadas pela atividade.
Líderes na produção e exportação de minério de ferro no país, Pará e Minas Gerais também lideram na Cfem. Os governos e as prefeituras dos 2 Estados receberam juntos quase 86% do total. Num distante 3º lugar, fica a Bahia, com 2,5%.