O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) divulgou nesta quinta-feira (23) a versão final de seu green paper sobre minerais críticos e estratégicos. O documento havia sido lançado oficialmente durante o Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos, realizado em Brasília no início do mês, mas recebeu contribuições externas até o último dia 15 de maio. O evento teve a cobertura do CidadeseMinerais.com.br, em parceria com a MM Advocacia Minerária.
A publicação intitulada “Por uma política de minerais críticos e estratégicos para o Brasil e para o futuro” pode ser acessada no linlk. No documento estão expostas sugestões do empresariado e de especialistas para traçar uma Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos. O objetivo é auxiliar o país a planejar estrategicamente seu desenvolvimento industrial conectado à promoção da indústria mineral, de modo a expandir as ações para a transição energética e a outros campos.
O que diz o green paper
O Ibram enfatiza que o green paper evidencia que a mais imediata ameaça para o futuro da humanidade é a crise climática, influenciando as populações e as economias mundo afora. O documento reforça que “clima, descarbonização, energia e mineração são elementos de uma mesma equação”.
O documento aponta que o enfrentamento à emergência climática passa, entre outras ações, pela expansão da produção e do uso de bens minerais. Eles são utilizados para desenvolver tecnologias e equipamentos que proporcionam a substituição de energia oriunda de fontes fósseis por renováveis.
“Os desafios tecnológicos, sociais, econômicos e geopolíticos da mineração são de grande complexidade. E não considerá-los no protagonismo que o setor mineral tem rumo a um mundo de baixa emissão de carbono, seria pouco estratégico”, diz o documento.
A afirmativa é corroborada por projeções da Agência Internacional de Energia. Ainda que excluídos o aço e o alumínio, as estimativas quanto à demanda de insumos minerais para a transição energética, no cenário mais favorável de descarbonização, seria de 4 a 6 vezes os níveis de 2020, respectivamente, em 2040 e 2050. Mesmo considerando uma descarbonização mais lenta, estima-se uma demanda em 2040 duas vezes maior do que em 2020.