Prefeito aponta despreparo para o fim da mineração e defende liderança na AMIG para buscar soluções

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No fim da tarde desta quinta-feira, 26 de dezembro, o prefeito reeleito de Itabira, Marco Antônio Lage, recebeu os membros dos veículos de comunicação locais para uma coletiva de imprensa. Além de apresentar um balanço geral de sua primeira gestão à frente do Executivo, e falar sobre o novo corpo de secretários municipais, ele respondeu às perguntas dos jornalista e destacou alguns dos caminhos que irá trilhar em sua segunda gestão.

Entre os assuntos mais falados, está a discussão sobre o iminente fechamento de minas de minério de ferro em Itabira e a urgente diversificação econômica do município. Para o prefeito Marco Lage, nem a administração pública e nem a população itabirana estão, ainda, preparados para a exaustão mineral e uma grande perda da Compensação Financeira por Exploração Mineral (CFEM).

“Itabira não está preparada! Isso precisa ser melhor construído, pois temos pouco tempo. Todo o programa de diversificação econômica vai começar a dar resultados a médio e longo prazo. Então, Itabira tem que se preparar, inclusive, para uma eventual escala contrária de redução, porque será gradativa. Assim, gradativamente, temos que buscar outras fontes de receitas e até nos organizarmos para a perda de receita, fazendo uma gestão pública mais conservadora neste aspecto”, assumiu Marco Lage.

Com um discurso “pé no chão”, o prefeito itabirano detalhou que a construção das bases para a diversificação econômica também passa pelo corte de desperdícios na gestão pública, desde agora. “O perfil dos novos secretários municipais é muito voltado para um olhar nos números e na diminuição de gastos, e para buscar recursos capazes de possibilitar a construção de uma economia forte, para além da mineração”, explica.

Vale na mesa de negociação

Marco Lage também fez questão de frisar que vem cobrando da Vale a presença nas mesas de negociação. “A reunião que tive com o novo presidente da empresa foi muito no sentido de chamá-la ao seu papel de contribuir para a efetivação da diversificação econômica, inclusive dando velocidade ao Programa Itabira Sustentável. Já temos 61 projetos que custam perto de R$ 1,2 bilhão para serem realizados. É quase um ano de receita total do município. O planejamento estratégico de longo prazo precisaria de algo entorno de R$ 6 bilhões para nos tranquilizarmos tendo uma estrutura para Itabira caminhar sozinha, sem a Vale”, revela.

O prefeito de Itabira complementa afirmando esse assunto é, ao mesmo tempo, sua grande preocupação e missão. “Como diz Ariano Suassuna, não podemos ser nem otimistas e nem pessimistas. O otimista é ingenuo e o pessimista é chato. Temos que ser realistas com esse tema da diversificação econômica e da exaustão mineral, trazendo a Vale para a mesa de negociação e decisão o tempo inteiro”.

Itabira na presidência da AMIG

Um dos caminhos que Marco Lage enxerga para dar ainda mais destaque às questões ligadas à urgência da diversificação econômica no município, é a Itabira estar à frente da AMIG (Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil). Para ele, os prefeitos das cidade que integram a instituição veem Itabira, hoje, como um exemplo pela situação em que está agora: a proximidade da exaustão mineral e os caminhos para a diversificação econômica.

“É um drama que todas as cidades mineradoras vão viver se essa pauta não for aberta, estendida e colocada na mesa dos governadores, do Ministro de Minas e Energia, e do presidente da República. E não está! Estamos acostumados a um modelo de mineração, onde o território é minerado à exaustão, se esvazia e se empobrece. Isso não pode ser normal mais! Sem falar no sucateamento da Agência Nacional de Mineração, que é uma vergonha, já que não existe fiscalização nas cidades mineradoras”, reforça o prefeito de Itabira.

O líder do Executivo itabirano defende que sua presença como presidente da AMIG possibilita travar essa discussão em nível nacional e chamar a atenção para a cidade que pode tanto ser um case de sucesso, quanto de fracasso. “Podemos nos transformar em um desastre social, guardadas as devidas proporções, à de um rompimento de barragem. A discussão dos legados da mineração precisa sair de Itabira e ir para todo o país”, finaliza o prefeito Marco Antônio Lage.

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