O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Antonio Ricardo Alvarez Alban, e o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, se reuniram nesta quarta-feira (24) para discutir perspectivas e avanços na indústria brasileira. O vice-presidente do Ibram, Fernando Azevedo e Silva, também participou da reunião, na sede da CNI, em Brasília.
De acordo com o Ibram, durante a reunião, foram debatidas diversas oportunidades para impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável do país. Os representantes das entidades enfatizaram a importância de fortalecer a competitividade da indústria nacional, especialmente no contexto global atual.
A mineração e a descarbonização
Ainda de acordo com o instituto, foram abordados no encontro iniciativas para promover inovação, investimentos em infraestrutura e medidas que melhorem o ambiente de negócios no Brasil. Também discutiram questões cruciais, como a necessidade de políticas públicas eficazes para estimular a reindustrialização do país e o papel fundamental da mineração como um dos pilares da economia brasileira.
Os executivos ainda destacaram a relevância da mineração para as pretensões do país em acelerar a transição energética, visando combater a emergência climática e promover a descarbonização da indústria. Dentro desse contexto, o instituto disponibiliza o guia Fundamentos para a Construção de Políticas Públicas Sobre Minerais Críticos e Estratégicos para o Brasil. Tais minerais são fundamentais para a transição energética. Saiba mais.
Ibram divulga dados da Balança Comercial
Nesta quarta-feira, o Ibram também divulgou que o saldo do comércio exterior de minérios respondeu por 41% do saldo da balança comercial brasileira. A contribuição é considerada “decisiva” para evitar uma queda maior do que os 6,11% registrados no 1º semestre, na comparação com igual período do ano passado. Em entrevista coletiva, o Ibram também mostrou que setor mineral avançou nas boas práticas ESG.
Conforme os dados divulgados, a indústria da mineração exportou 186 milhões de toneladas de minérios ou US$ 21,5 bilhões no 1º semestre de 2024 (1S24), na comparação com o 1º semestre de 2023 (1S23). Em dólar, o aumento foi de 8,5% e em tonelagem 5%. Já as importações de minérios caíram 31% em dólar. Assim, o saldo resultante das exportações e importações de minérios foi de US$ 17,25 bilhões, 26,31% a mais do que no 1S23 – no 1S24 o saldo mineral foi equivalente a 41% do saldo da balança comercial (US$ 42,31 bilhões).
Ainda de acordo com o Ibram, a contribuição do saldo mineral para o saldo da balança comercial no 1S24 é ainda mais relevante porque ajudou a evitar que o saldo comercial brasileiro caísse além dos 6,11%, na comparação com o 1S23.
“Se o Brasil quer uma economia forte, equilibrada, tem, obrigatoriamente, que apoiar os setores exportadores, que é o caso da mineração. No entanto, vemos que estão sendo criados cada vez mais tributos e encargos para dificultar os negócios e a expansão dessa importante indústria”, afirma Raul Jungmann.
“Se o Brasil insistir em criar mais impostos e taxas para sobrecarregar a mineração, como imposto seletivo, fundos de infraestrutura, taxas de supostas fiscalizações, taxa de transporte de cargas sobre trilhos etc., o setor mineral não conseguira avançar”, complementou o diretor presidente do Ibram, referindo-se a impactos da proposta de Reforma Tributária que tramita no Congresso Nacional.