O presidente do Grupo Techint, Paolo Rocca, assegurou que a modernização industrial da Usiminas – empresa da qual a Technint é uma das principais acionistas – é uma das metas da siderúrgica para os próximos anos. Durante a inauguração do Alto-Forno 3 da Usiminas, em Ipatinga, na última quarta-feira (24), o gestor revelou que a produtora de aço fará novos investimentos em descarbnonização de suas atividades.
“O programa de modernização da Usiminas começou com a conclusão do Alto-forno e vamos continuar avançando. Não tem marcha ré. A Usiminas terá, nos próximos anos, grandes projetos de transformação, em Ipatinga, em Cubatão e na Mineração, para avançar na descarbonização das suas operações, para dar maior valor agregado aos seus produtos, para melhorar a sua produtividade e eficiência e poder competir com as melhores plantas do mundo com uma ampla gama de produtos”, afirmou.
Rocca aproveitou a ocasião para criticar a concorrência desleal com o aço importado da China. Nos últimos anos a matéria-prima do gigante asiático tem entrado em grandes volumes no mercado nacional e provocando demissões e suspensão de investimentos no Brasil.
“Essa relação desequilibrada está fazendo danos muito graves no mercado de aço brasileiro e na indústria de transformação. Em todos os países onde operamos, há taxas para evitar a competição desleal com a China. No Brasil, o crescimento da importação do aço foi de 50% no último ano e não vemos nenhuma movimentação para bloquear esse processo”, analisou o presidente do Grupo Techint.
O Alto-forno 3 da Usiminas
Ainda sem o aproveitamento de sua capacidade total na produção, devido à crise do setor, o Alto-forno 3 recebeu R$ 2,7 bilhões em investimentos. A Usiminas informou que o investimento possibilitou que toda a estrutura do equipamento fosse substituída e atualizada, permitindo uma melhor distribuição a carga metálica e dos combustíveis.
A siderúrgica aponta também ganhos do ponto de vista ambiental, por conta da implantação de um controle mais moderno e preciso, além de gerar menores emissões de CO2 e de material particulado. Atualmente, ainda de acordo com a Usiminas, o equipamento é o mais moderno em operação no ocidente.
Conforme informado pela Usiminas, a operação já havia sido retomada em novembro de 2023 e o equipamento, com capacidade para produzir 3 milhões de toneladas anuais de ferro gusa, atingiu a produção em nível comercial no mesmo ano. A reforma resultou na geração de cerca de nove mil empregos temporários, sendo 60% das vagas ocupadas por pessoas da região do Vale do Aço.
A empresa ainda divulgou que foram cerca de R$ 400 milhões investidos em compra de equipamentos e materiais para a obra de fornecedores locais. Somente com ISSQN, houve uma arrecadação de R$ 17 milhões.