CBH Piracicaba comemora 5 anos da primeira expedição e projeta nova jornada em  2025

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O Rio Piracicaba, ao lado do Rio Santo Antônio (cuja nascente está em Conceição do Mato Dentro), é um curso d’água de fundamental importância para a sobrevivência do Rio Doce, depois que sua bacia foi devastada pelo rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em 2015. Em 2024, o Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Rio Piracicaba comemora os 5 anos da primeira expedição realizada no rio, em 2019.

A Bacia do Rio Piracicaba tem 5.465,38 KM2 de área, o que representa cerca de 1% do território de Minas Gerais. O Piracicaba tem 241 quilômetros de extensão, da nascente em Ouro Preto e até chegar à divisa de Ipatinga e Timóteo, onde deságua no Rio Doce.

A expedição, segundo os organizadores, é uma atividade crucial para entender melhor a dinâmica do rio. Na primeira Expedição do Piracicaba, com 11 dias de duração, entre 26 de maio e 5 de junho de 2019, foram realizadas várias atividades, como coletas de amostras de água para análise, identificação de fontes de poluição e ações de limpeza em áreas degradadas.

“O projeto tem como objetivo principal monitorar e avaliar a qualidade das águas do Rio Piracicaba e a situação geral do meio ambiente físico, socioeconômico e cultural da bacia.  Além disso, a expedição busca interagir e ouvir os diversos segmentos sociais sobre problemas e propor soluções para os desafios da conservação do Rio Piracicaba”, esclarece o CBH Piracicaba.

De acordo com os organizadores, a expedição também serviu como fórum para discutir políticas públicas e iniciativas de conservação que poderiam ser implementadas para proteger o rio e sua bacia hidrográfica, “integrando e aproximando a sociedade civil, comitê de bacia e pesquisadores dos hidroterritórios”.

O conselheiro do CBH Piracicaba, Geraldo Magela, detalha: “A experiência da Expedição Piracicaba é uma ferramenta e instrumento multidisciplinar, para estar mobilizando, educando, integrando e detectando potencialidades sustentáveis e econômicas da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba. A gente defende que todo rio tem que ter sua expedição de monitoramento hídrico. A partir do anúncio de uma Expedição em um determinado hidro território, a população já começa a respirar o tema. Diversas atividades acontecem de forma espontânea, o que produz muito mais efetividade”.

Magela ainda destaca o desafio de dar visibilidade às ações do CBH Piracicaba frente à dificuldade que as pautas ambientais enfrentam no contexto atual. Para o conselheiro, o excesso de informações e de engajamento em assuntos banais prejudicam a atração da atenção das pessoas para o tema.

“A resposta para o desafio de conseguir atenção midiática são as Expedições Hidrográficas. As Expedições mexem com o imaginário coletivo, atraem a atenção da mídia e do público. Seleciona, leva e busca informação, fala e escuta, dá voz à população, mobiliza, integra, educa, aproxima os comitês da população, identifica potencialidades econômicas sustentáveis e promove o melhor monitoramento hídrico que uma bacia hidrográfica poderia ter, já que acontece com a participação das populações. E o melhor, gera mídia espontânea para o comitê”, destaca o conselheiro.

“A expedição é um marco que a gente tem, uma atividade de grande mobilização, que permite uma maior visibilidade do Comitê, e isso chama a atenção dos demais Comitês, no sentido de cada um produzir projetos semelhantes”, complementa o presidente do CBH Piracicaba, Jorge Martins.

Expedição do Piracicaba em 2025

Para manter o compromisso com o trabalho de conservação do rio, o CBH Piracicaba planeja a realização de mais uma expedição em 2025. O comitê classifica o trabalho como uma forma de unir ciência, educação e comunidade em prol do meio ambiente.

Se quem tem fome tem pressa, quem tem sede tem mais pressa ainda. E os rios estão com muita sede. Então a gente precisa acelerar esse trabalho, esse tipo de ação. Para estabelecer a reconexão das pessoas com o rio o mais rápido possível. Assim, as pessoas passam a contribuir pela recuperação e conservação da bacia. Precisamos reverter a degradação que os cursos d’água enfrentam”, afirmou Magela.

A expectativa é que a expedição continue a contribuir para a melhoria da qualidade da água, por meio da identificação e mitigação das fontes de poluição. A ideia é subsidiar  com informações a implementação de políticas públicas voltadas para a proteção e recuperação do Piracicaba e seus afluentes.

“Tudo isso com o propósito de ampliar o engajamento comunitário, envolvendo a comunidade, stakeholders locais, incluindo governos, ONG’s, escolas e empresas, para que trabalhem juntos na busca de soluções para os problemas apresentados. Além de influenciar outros comitês a iniciarem expedições para monitoramento, diagnóstico, conservação e proteção das Bacias Hidrográficas”, esclarece o CBH Piracicaba.

Conheça detalhes da bacia do Rio Piracicaba no link.

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