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Eleições 2024: em Itabira, saiba como os candidatos a prefeito pretendem lidar com o fim da mineração

Fotos: Divulgação - Com a campanha chegando à reta final, os candidatos falam das propostas para promover a urgente diversificação econômica que Itabira precisa

 

No próximo dia 6 de outubro, os eleitores itabiranos irão às urnas escolher o representante do Executivo com uma preocupação na cabeça: o fim da exploração mineral no município, pevista para ocorrer em 2041, conforme comunicado da Vale ao mercado. No páreo estão: o atual prefeito, Marco Antônio Lage (PSB), que lidera as intenções de voto, segundo pesquisa do Instituto VER; o ex-prefeito, João Izael (PMN), único prefeito reeleito da história de Itabira; o vereador Neidson Freitas (MDB); e o servidor público, Ronaldinho Teteco (PRTB).

Quem for eleito terá pela frente o desafio de governar o município em um de seus momentos mais cruciais, na execução de projetos que garantam a sustentabilidade econômica de Itabira. O cenário vem, há anos, sendo discutido, citado, debatido e comentado à exaustação por políticos, entidades de classes e população em geral.

O tema extrapolou as fronteiras do municípoio e virou “case” nacional, chamando a atenção de grandes veículos de comunicação neste mês de setembro, com o portal G1, com a reportagem “Medo de não sobreviver: por que o fim da mineração em Itabira preocupa moradores da ‘cidade do ferro'”, e a Folha de São Paulo, na matéria “Cidade de Drummond puxa fila e atesta fim da hegemonia de Minas Gerais na mineração”. A publicação das intensificaram as discussões e o medo dos itabiranos quanto ao futuro da cidade.

O que dizem os candidatos à prefeito

Com a campanha eleitoral de 2024 chegando em sua última semana, o Cidades & Minerais procurou os candidatos à prefeitura de Itabira para saber quais são os planos para a tão sonhada diversificação econômica do município.

Duas perguntas foram feitas aos quatro candidatos:

  1. Pensando no pós-mineração e as notícias recentes sobre o fim da extração mineral em Itabira, quais são as propostas de governo, caso eleito, que serão executadas desde já?
  2. Qual será a estratégia para viabilizar esses planos?

Confira o que cada um deles respondeu e quais são os possíveis caminhos para o futuro da cidade.

Marco Lage: Itabira Sustentável, duplicação de rodovias e novos distritos industriais

“O plano de governo para o segundo mandato de Marco Antônio Lage inclui importantes projetos para o desenvolvimento econômico de Itabira. Entre eles, dois se destacam: a duplicação das rodovias MG-129 e MG-434, que ligam o município à BR-381; e a construção de dois novos distritos industriais, um mais “pesado”, voltado para atividades “cinzas”; e outro que seria um ecodistrito, para as atividades “limpas” e mais tecnológicas. Essas iniciativas, no entanto, estão atreladas a outro grande projeto, que é prioritário para o desenvolvimento econômico de Itabira: a transposição das águas do rio Tanque. Esse projeto também já está em andamento, avançou na primeira gestão, e tem prazo para estar em funcionamento em 2026, garantindo água em abundância tanto para as residências itabiranas quanto para atração de novos empreendimentos. As duas iniciativas, bem como as demais voltadas para a diversificação econômica de Itabira, estão no Plano Itabira Sustentável, já em execução pela Prefeitura, em parceria com a Vale. O planejamento inclui 61 projetos, divididos em 15 eixos estratégicos, que vão preparar a cidade para o pós-mineração. Além do relacionamento com a Vale, os grandes projetos também passam por interlocução junto ao Governo do Estado, Governo Federal e entidades representativas da iniciativa privada”.

João Izael: Parque Científico e Tecnológico, aeroporto e poços artesianos

“Para João Izael, o principal eixo de diversificação econômica passa pela educação. João prevê, entre seus projetos, a conclusão da expansão do campus da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), elevando o atendimento para 10 mil alunos. Também, implantar no campus o Parque Científico e Tecnológico de Itabira (PCTI), conectando a universidade a empresas e centros de pesquisa. Entre as etapas de implantação do projeto está o credenciamento junto ao Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e cumprimento de requisitos junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Para o sucesso da iniciativa, o PCTI precisa de uma aliança tríplice, entre Prefeitura, Vale e Unifei. João também trará à tona o projeto do aeroporto em Itabira. A proposta foi encaminhada por ele quando prefeito, mas não avançou. A área sugerida para o aeródromo fica na Serra do Tambor, próxima a João Monlevade e Nova Era, estudada para esse fim desde 2006. O terreno, de 50 hectares, permite a construção de uma pista de 1,3 quilômetro. O interesse pela estrutura é também aproveitá-la para o transporte de cargas e escoamento de produtos locais. Ainda no segmento logístico, o candidato mira a duplicação das estradas MG-129 e MG-434 — que ligam a cidade ao trevo da BR-381. Para mais, João entende que não há diversificação da economia sem garantir o fornecimento de água. O projeto de captação no rio Tanque foi elaborado durante os governos dele. Nas gestões seguintes, o projeto pouco avançou. Enquanto Rio Tanque não sai do papel, João Izael tem como ações imediatas a perfuração de novos poços artesianos, sobretudo em regiões rurais, para ampliar a disponibilidade de água no município. Entre outros projetos defendidos por João está o fortalecimento do ecoturismo e do setor cultural; a ampliação de serviços de alta complexidade em saúde (o que impacta positivamente o mercado local); uma nova rodoviária, adequada ao fluxo da cidade; e a criação de uma frente, junto aos municípios mineradores, para pleitear uma política de transição econômica sustentável para cidades extrativistas”.

Neidson Freitas: novo distrito industrial, agenda rígida com a Vale e energia solar

“O Plano de Governo de Neidson Freitas traz ações que visam o desenvolvimento sustentável em diversos setores: saúde, educação, turismo e infraestrutura, pensando não somente na realização de obras imediatas, mas numa preparação ampla de Itabira devido a iminente exaustão do minério. O carro chefe é a construção imediata do Distrito Industrial III. Já temos a área (Fazenda da Palestina) e vamos criar uma política de incentivo para voltar a atrair empreendedores para a cidade. Investir com transparência e responsabilidade os recursos públicos, otimizando os gastos para gerar incremento e retorno econômico no presente e futuro da cidade. Uma das premissas é garantir legalmente aos empreendedores itabiranos licitações justas e competitivas. Resolver imediatamente e definitivamente o problema de abastecimento de água da cidade com a captação dos recursos hídricos do Rio Tanque. Criar programa “compre em Itabira”, em conjunto com as entidades representantes. Buscar estabelecer uma agenda rígida e firme com a Vale para discutir projetos de compensações pelos 80 anos de exploração mineral da nossa cidade. Faz parte desta agenda a discussão para retomada da construção de uma linha férrea direta de Itabira a Belo Horizonte. Além do transporte de passageiros, o projeto visa também o transporte de cargas, dando condições de logística para a região e condições de potencializar o distrito industrial. Para a região rural, também em parceria com a Vale, criar o “Programa energia solar e agro de excelência” com o objetivo fomentar 500 propriedades rurais com a instalação de pequenas usinas solares, cada uma com capacidade de 200 kW. O homem do campo ainda poderá vender essa energia solar. Retomar a construção dos novos prédios da Unifei e trabalhar para consolidar o projeto inicial que é o de colocar 10 mil alunos na instituição, lembrando que a renda per capita de um aluno em Itabira é, em média, de R$ 2 mil. Então, mil alunos, são R$ 200 milhões circulando na nossa economia, gerando emprego, oportunidade para que os nossos empreendedores consigam dar resultado econômico para a cidade”.

Ronaldinho Teteco: Banco do Desenvolvimento, incentivo da produção rural e Cristo Redentor do Macuco

“Os planos voltados para a diversificação econômica giram entorno de diferentes projetos, como a implantação do Banco de Desenvolvimento Sustentável com a injeção de R$ 8 milhões em crédito para MEI’s, agriculturores familiar, empreendedores solidários e microempresários para aquisição de bens móveis, equipamentos e outras ferramentas para impulsionar a economia do município, gerando mais de mil empregos. Construção da Nova Rodoviária e Centro de Abastecimento na MGC-120, com ponto de apoio aos caminhoneiros. Pavimentação e recuperação das estradas rurais e contratação de conservas rurais para manutenção das mesmas; fortalecendo os recursos para a APAFI e Patrulha Agrícola; investindo em tecnologia e segurança aos produtores rurais; e dando incentivos fiscais para programas de preservação ambiental. Criação do Portal do Turista e Guias de Turistas, divulgando das riquezas naturais, culturais e hídricas de Itabira, incentivando o turismo ecológico e cultural da região. Construção do Cristo Redentor na Serra do Macuco, incentivando o fomento ao turismo ecológico na região, bem como pavimentação dos morros mais críticos das estradas que ligam Ipoema ao Macuco.”

Itabira 3

 

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