Durante a abertura da Diversibram – a mineração sem rótulos, realizada nesta quarta-feira (26), a presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e CEO da Anglo American Brasil, Ana Sanches, destacou a necessidade de maior representatividade feminina e racial no setor mineral. Segundo ela, os organogramas das mineradoras devem refletir melhor a composição da população brasileira.
Desafios da representatividade no setor mineral na Diversibram 2025
Sanches citou dados do Censo IBGE 2022, que apontam que as mulheres representam 51,5% da população do país. No entanto, no setor mineral, essa participação ainda é de apenas 23%, segundo o movimento Women in Mining Brasil (WIMBrasil). “Se somos mais da metade do país, onde estamos, que não estamos tão presentes assim no setor mineral? Por que essa representatividade não está refletida no setor?”, questionou.
Ela também ressaltou a sub-representação da população preta e parda, que corresponde a 55,5% dos brasileiros, conforme dados da Fundação IBGE. “Olhem à sua volta. Onde está essa representatividade? Vejam na sala em que estamos, ou na última reunião de que vocês participaram. E na liderança das empresas de vocês”, provocou.
Diversidade como estratégia empresarial
Para Sanches, diversidade, equidade e inclusão (DEI) não são apenas pautas do politicamente correto, mas uma estratégia essencial para criar ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos. “É um business case para termos empresas onde cada um se sinta acolhido para dar seu melhor. Onde possam se desafiar, não tenham medo de expressar suas opiniões e tragam diferentes pontos de vista”, afirmou.
O evento Diversibram, promovido pelo grupo de trabalho DEI da Agenda ESG da Mineração do Brasil e organizado pelo IBRAM, reuniu mais de 800 participantes em um formato híbrido, reforçando o debate sobre a importância da inclusão e diversidade no setor mineral.