O Brasil, dotado de uma das maiores reservas minerais globais, está posicionado como uma potência na mineração de terras raras, elementos essenciais para impulsionar a transição energética.
Comumente referidos como o “ouro do futuro” devido à sua extração complexa, esses minerais são abundantes em nosso território, colocando-nos logo atrás da China em capacidade extrativa.
As propriedades singulares das terras raras, como alta condutividade térmica e elétrica, magnetismo e habilidades de absorção e emissão luminosa, são fundamentais na fabricação de dispositivos eletrônicos, motores para veículos elétricos e uma miríade de tecnologias para energia verde.
No entanto, apesar do seu valor estratégico, a China domina a produção mundial, controlando até 95% do refino desses elementos, deixando o mercado global dependente de suas políticas.
Terras raras e o Brasil
A exploração desses minerais no Brasil enfrenta desafios, incluindo o desinteresse governamental e industrial, apesar do crescente interesse global. Ainda assim, vemos um aumento nos pedidos de pesquisa, indicando um despertar para o potencial desses recursos. A necessidade de investimentos substanciais para avaliar com precisão nosso potencial é enfatizada por especialistas.
Iniciativas como a Serra Verde Pesquisa e Mineração em Goiás e o Laboratório de Hidrometalurgia do Amazonas representam avanços promissores impulsionados por investimento estrangeiro. A regulação adequada e os protocolos ambientais podem garantir que a mineração de terras raras seja segura e sustentável, contribuindo para uma indústria nacional baseada em energia renovável.
Apesar dos desafios, o potencial lucrativo das terras raras é inegável, com investimentos estrangeiros já em curso. A exploração desses recursos oferece ao Brasil a oportunidade de se tornar um líder na produção de tecnologias limpas e avançadas.
O compromisso do governo com a exploração sustentável desses recursos destaca a importância estratégica desse setor para o desenvolvimento econômico e ambiental do país. É hora de aproveitar essa oportunidade única e estabelecer políticas eficazes para atrair investimentos e impulsionar o setor de terras raras no Brasil.
O que são as terras raras?
Terras raras são um grupo de elementos químicos que compartilham propriedades semelhantes e são frequentemente encontrados juntos na natureza. Apesar do nome, não são necessariamente “raros” na crosta terrestre, mas são dispersos e encontrados em concentrações baixas, o que torna sua extração desafiadora e custosa.
Estes elementos incluem 17 elementos químicos da tabela periódica, como escândio, ítrio e os 15 elementos do grupo dos lantanídeos (lantânio, cério, praseodímio, neodímio, promécio, samário, europio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio e lutécio).
As terras raras têm uma variedade de aplicações industriais devido às suas propriedades únicas. Por exemplo, são amplamente utilizadas na fabricação de dispositivos eletrônicos de consumo, como smartphones, computadores e telas de TV, bem como em tecnologias de energia limpa, como turbinas eólicas, carros elétricos e painéis solares. Além disso, são essenciais em muitos produtos de alta tecnologia, incluindo ímãs de alta potência, catalisadores e lasers.
Devido à sua importância estratégica para várias indústrias modernas e de alta tecnologia, as terras raras têm sido objeto de crescente atenção global, especialmente devido à concentração significativa de produção na China e às preocupações com segurança no abastecimento.