Samarco planeja retomar 100% da produção em Mariana até 2028 após maior desastre ambiental do Brasil

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A mineradora Samarco anunciou planos para retomar sua operação em capacidade total até 2028 em Mariana, marcando um novo capítulo após o rompimento da barragem de Fundão, em 2015, considerado o maior desastre ambiental da história do país.

O projeto, que depende da aprovação de um investimento de R$ 13 bilhões pelo conselho da empresa – controlada pela Vale e BHP Billiton –, visa reativar toda a estrutura da planta de Germano, em Mariana (MG), elevando a produção para 26 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro.

Do colapso à retomada gradual da Samarco

A tragédia de 2015, que matou 19 pessoas e devastou comunidades como Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, paralisou as operações da Samarco por cinco anos. A mineradora só retomou atividades em dezembro de 2020, com um aporte inicial de R$ 650 milhões, operando a 26% da capacidade (8 milhões de toneladas/ano). Em 2024, um novo investimento de R$ 1,6 bilhão ampliou a produção para 15 milhões de toneladas, atingindo 60% do potencial.

Agora, o próximo passo é alcançar os 100%, o que exige a modernização da usina mais antiga da empresa, construída em 1977, além da compra de equipamentos, contratação de pessoal e consolidação do sistema de filtragem – tecnologia que elimina a necessidade de barragens de rejeitos.

Mudanças no armazenamento de rejeitos

Após o desastre, a Samarco adotou um novo modelo para descarte de resíduos:

  • 80% do rejeito (areia/sílica) é compactado em taludes e recebe vegetação para estabilização.

  • 20% (lama fina) é armazenado em cavas – áreas escavadas e cercadas por rochas.

A cava atual tem capacidade até 2028, e uma segunda já está disponível para uso até 2036. Enquanto isso, pesquisas buscam reduzir ainda mais o volume de lama gerado.

Das duas barragens que restaram no Complexo de Germano após o rompimento do Fundão, uma já foi totalmente desmontada, e a outra está 80% descaracterizada, com conclusão prevista para 2026. Todas as estruturas geotécnicas são agora monitoradas 24h por dia pelo Centro de Monitoramento Integrado (CMI), implantado após o acidente.

Impacto no emprego e projeções futuras

Atualmente, a Samarco emprega 3 mil funcionários diretos e 14 mil terceirizados – muitos envolvidos nas reparações ambientais. Com a retomada total, a expectativa é que o quadro fixo chegue a 5,5 mil trabalhadores, nível similar ao de 2015, antes da tragédia.

O plano de retomada representa não apenas um marco na recuperação da empresa, mas também um teste para a indústria de mineração, que busca equilibrar produtividade e segurança após uma das maiores catástrofes ambientais do Brasil.

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