Na véspera do aniversário de 5 anos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, a Avenida Paulista, na capital do estado de São Paulo, receberá uma exposição de arte e um manifesto para chamar a atenção para a impunidade dos responsáveis pela tragédia. Em 25 de janeiro de 2019, mais de 272 pessoas morreram soterradas por rejeito de mineração, que contaminou também a bacia do Rio Paraopeba, afetando a qualidade de vida de pessoas de dezenas de municípios.
Até 25 de fevereiro, a exposição Paisagens Mineradas estará aberta ao público na Matilha Cultural, localizada no centro da cidade. No espaço, os visitantes têm acesso a obras produzidas por dez mulheres artistas visuais, que tratam do tema da mineração e seus impactos na sociedade e no meio ambiente.
São fotografias, gravuras, esculturas, vídeos e instalações artísticas que buscam reflexão sobre o histórico da mineração no Brasil e seu caráter inerentemente danoso à natureza e às pessoas. As participantes da mostra são Beá Meira, Julia Pontés, o coletivo Kujỹ Ete Marytykwa’awa, Isadora Canela, Isis Medeiros, Lis Haddad, Luana Vitra, Mari de Sá, Shirley Krenak e Silvia Noronha.
Já o ato “Memória e Justiça” será realizado quinta-feira (25), das 11h às 16h, na Avenida Paulista, esquina com a Rua Pamplona. Os eventos têm organização do Instituto Camila e Luiz Taliberti, fundado em homenagem a duas das vítimas da tragédia, e da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos (Avabrum).
Programação do manifesto
Pela programação do ato, às 12h28, horário em que a barragem se rompeu, uma sirene soará na hora do discurso da porta-voz do instituto. Depois, às 13h28 e às 14h28, novos toques da sirene serão acompanhados por discursos em homenagem às vítimas da tragédia em Brumadinho.
Além da exposição e do ato, o instituto relança o Manifesto Basta de Impunidade. Justiça por Brumadinho, exigindo celeridade no andamento dos processos, e pede que todas as pessoas consideradas responsáveis sejam processadas e julgadas pelos crimes identificados nas investigações. Na plataforma Change.org, um abaixo assinado cobra o fim da impunidade. As informações são da Agência Brasil.
Acordo de Reparação
Embora ninguém tenha sido condenado como responsável pela tragédia, muito menos o presidente da Vale à época, Fabio Schvartsman, a mineradora firmou um acordo de reparação com o Governo de Minas e órgãos do Judiciário. Atualmente, 25 projetos, de 45 previstos, estão em execução na Bacia do Rio Paraopeba. Saiba mais.
Recentemente, uma comitiva formada por membros do Judiciário estive presente em Mariana, cenário de outra tragédia envolvendo barragens sobre responsabilidade da Vale – no caso da subsidiária Samarco – em 2015. A comitiva realizou visitas em comunidades afetadas, visando entender impactos e demandas nos locais onde a lama deixou rastros, como o distrito de Bento Rodrigues. Clique para saber detalhes.