A Fleurs Global Mineração, empresa de exploração mineral, está sendo alvo de intensas críticas de ambientalistas e da comunidade local, após denúncias de práticas irregulares de descarte de rejeitos na Serra do Curral, área histórica e ambientalmente sensível de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Segundo especialistas, as ações da mineradora colocam em risco tanto as nascentes que alimentam a bacia do Rio das Velhas quanto importantes sítios arqueológicos e culturais da região.
Ameaça às águas e ao Patrimônio Cultural na Serra do Curral
O impacto ambiental das atividades da Fleurs Global tem sido um dos pontos mais críticos levantados por moradores e defensores do meio ambiente na Serra do Curral.
Denúncias feitas ao Projeto Manuelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), indicam que a mineradora tem despejado sedimentos de forma inadequada em áreas de mata ciliar, muito próximas a um córrego fundamental para o abastecimento da bacia do Rio das Velhas.
As consequências desse descarte irresponsável na Serra do Curral poderiam comprometer as condições hídricas de uma das principais fontes de abastecimento de água da região.
Além do risco iminente às águas, a mineradora também tem sido acusada de realizar obras em áreas de sítios arqueológicos, com a instalação de aterros em locais sensíveis, como reconhecido pela própria Prefeitura de Sabará.
Um desses locais críticos está nas proximidades de muros e poços escavados durante o período escravista, que datam de mais de cem anos e são considerados patrimônio cultural da cidade.
Especialistas alertam para o risco de danos irreparáveis a essas estruturas históricas, que foram construídas sem qualquer planejamento para suportar o tráfego e a pressão das atividades mineradoras atuais.