Em um recente balanço sobre a mineração no Brasil, divulgado pelo Grupo de Pesquisa e Extensão Educação, Mineração e Território (EduMiTe) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi revelado que o país possui atualmente 921 barragens de mineração registradas.

Contudo, um dado alarmante surge: apenas 471 dessas barragens atendem aos critérios da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB). Isso significa que quase metade das estruturas não são consideradas seguras, com 107 delas em situação de alerta ou emergência.

Minas Gerais em destaque: maior número de barragens e risco elevado

Minas Gerais, o estado com maior concentração de barragens no Brasil, possui 333 estruturas em seu território. O estado também lidera o ranking das barragens em situação de risco. Ao todo, 45 dessas estruturas estão em Nível de Alerta (NA) ou Nível de Emergência (NE).

Entre elas, dois casos são classificados como Nível de Emergência 3, o mais grave, em que a ruptura é considerada inevitável ou já está ocorrendo. Além disso, quatro barragens estão em Nível de Emergência 2, indicando um risco crescente devido a anomalias não controladas.

Fiscalização insuficiente e a liderança da Vale

Outro ponto crítico abordado no boletim é a falta de fiscalização. Em 2024, apenas 20% das estruturas registradas pela Agência Nacional de Mineração (ANM) foram fiscalizadas. A Vale, por sua vez, continua a ser a mineradora com o maior número de barragens no país, representando 11,83% do total. Além disso, a empresa lidera o ranking de mineradoras com o maior número de barragens em níveis de alerta ou emergência, com 19,62% das suas estruturas nessa situação.

Esses dados destacam a necessidade urgente de ações eficazes para garantir a segurança e proteger as comunidades que vivem nas proximidades dessas estruturas. A falta de fiscalização e o alto risco das barragens em Minas Gerais exigem uma resposta imediata das autoridades para evitar novos desastres, como o ocorrido em Brumadinho, em 2019.