A ArcelorMittal, um dos maiores grupos siderúrgicos do mundo, decidiu adiar um investimento de até R$ 4 bilhões em Minas Gerais, que tinha como objetivo a duplicação de sua fábrica em João Monlevade.
O projeto, que envolvia a instalação de uma nova linha de produção com capacidade para gerar 1,1 milhão de toneladas de aço por ano, foi colocado em “banho-maria” devido a incertezas sobre o crescimento da economia brasileira e a continuidade da demanda interna por aço.
Projeto de expansão e o cenário econômico da ArcelorMittal em João Monlevade
A expansão da usina de João Monlevade consistiria na instalação de um novo alto-forno, uma linha de sinterização de minério de ferro e uma aciaria. Com uma infraestrutura já disponível, a empresa já havia revisado o projeto tecnológico para a planta industrial, o que tornava a expansão uma possibilidade concreta.
No entanto, o cenário atual de incertezas econômicas, especialmente com as perspectivas de crescimento do PIB brasileiro abaixo dos 3% ao ano, e a forte concorrência do aço importado, principalmente da China, levaram a ArcelorMittal a reavaliar seus planos.
Impacto das importações de aço chinês
Outro fator crucial que contribuiu para o adiamento do investimento foi o impacto das importações de aço chinês no mercado nacional. Dados do Instituto Aço Brasil indicam que, em 2024, as importações de aço representam cerca de 20% do consumo nacional de aço, um patamar considerado excessivo pelas siderúrgicas brasileiras.
O setor defende que o nível saudável de competição seria entre 8% e 10%. A forte presença do aço chinês no mercado tem pressionado as siderúrgicas locais, o que contribui para a decisão da ArcelorMittal de aguardar um cenário mais favorável antes de realizar investimentos significativos.