Em Minas Gerais, 43 barragens estão em estado de alerta ou emergência, representando um risco significativo para as comunidades locais. Dessas, 15 (34,8%) foram construídas utilizando o método a montante, considerado o mais inseguro pela engenharia. Esse tipo de construção, onde a represa é erguida sobre os rejeitos, aumenta os riscos de deslizamentos, especialmente durante períodos chuvosos.
O colapso das barragens de Brumadinho e Mariana, que ocorreram durante a temporada de chuvas, exemplificam os perigos desse método. Essas 15 barragens acumulam cerca de 384,2 milhões de metros cúbicos de rejeito e afetam aproximadamente 95,3 mil pessoas que vivem no entorno.
Barragens em outros métodos e o impacto para as comunidades locais
Outras 19 barragens em risco foram construídas com o método de etapa única, comum em estruturas menores. Esse modelo não permite ampliações constantes, o que restringe a capacidade de ampliação da represa. Atualmente, essas 19 barragens armazenam 46,5 milhões de metros cúbicos de rejeito e afetam cerca de 156 mil pessoas nas áreas circunvizinhas.
Existem também barragens construídas com outros dois métodos: alteamento a jusante, considerado mais seguro, com quatro represas em alerta, e a linha de centro, com cinco barragens em risco. No total, as quatro represas a jusante afetam 44 mil pessoas, com 87,8 milhões de metros cúbicos de rejeito. Já as cinco barragens com elevação por linha de centro representam uma ameaça para aproximadamente 1,5 milhão de pessoas, com 6,7 milhões de metros cúbicos de rejeito.
Essas barragens em alerta ou emergência representam uma séria ameaça, com milhões de metros cúbicos de rejeitos concentrados em áreas densamente povoadas. O aumento da conscientização sobre a engenharia das barragens e a importância da segurança das estruturas é crucial para mitigar o risco de novas tragédias em Minas Gerais.