Mais de 1.600 metros de profundidade: a mina de ouro mais profunda do Brasil está em Minas

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A mineração de ouro em Minas Gerais continua a surpreender pelo seu alcance e sofisticação. Embora o Estado tenha nascido com base na corrida pelo ouro, poucos imaginam que, hoje, a maior mina subterrânea ativa do país se encontra a mais de 1.600 metros abaixo da superfície — um verdadeiro feito da engenharia moderna.

Mina Cuiabá produz até 10 toneladas de ouro por ano

Localizada em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Mina Cuiabá é operada pela AngloGold Ashanti e representa um dos maiores projetos subterrâneos de mineração de ouro da América Latina. A estrutura já identificou ouro a mais de 2.400 metros de profundidade e, atualmente, produz entre 8 e 10 toneladas do metal por ano. Só em 2024, foram extraídas 58 mil onças, o equivalente a quase 1,8 tonelada.

Para cada seis gramas de ouro, é necessário detonar cerca de uma tonelada de rocha. O avanço mensal da galeria subterrânea é de cerca de 1.300 metros, com um custo de operação de aproximadamente 29 mil reais por metro. Com 330 quilómetros de túneis e rampas, incluindo uma rampa principal de 26 km, o complexo possui estruturas comparáveis às de uma pequena cidade subterrânea.

A descida até os níveis mais profundos envolve elevadores e deslocamento em veículos. O elevador principal, com dois andares, leva 50 pessoas de cada vez e demora cerca de quatro minutos até o nível 11 (900 metros). A partir daí, o percurso até o nível 23, o mais profundo, é feito por carro ou van e leva cerca de 25 minutos.

Lá embaixo, circulam diariamente cerca de 1.000 trabalhadores, dos quais 400 por turno, todos monitorizados por um sistema de localização individual. A infraestrutura inclui internet com mais de 440 roteadores, ventilação climatizada, escritórios, oficinas mecânicas, laboratórios, espaços de convivência e até salas específicas para funcionárias.

Mina de ouro em Minas

Além da Mina Cuiabá, a empresa opera a Mina Lamego, entre Sabará e Caeté. Juntas, estas duas minas são responsáveis por 77% da produção nacional da AngloGold Ashanti, que soma 351 mil onças anuais. A antiga jazida de Cuiabá foi adquirida pela empresa em 1877, ainda sob o nome Saint John Del Rey Mining Company, e retomou as operações modernas em 1982, com o apoio de tecnologias de ponta.

O processo de extração dura entre sete e oito dias e envolve várias etapas: exploração, perfuração, detonação, limpeza, britagem, moagem, flotação, concentração e fundição. A transformação final em barra de ouro ocorre na planta do Queiroz, em Nova Lima, onde se produz ouro com 99,99% de pureza.

Entre os compradores do metal, destaca-se a Vivara, uma das poucas marcas de joalharia a adquirir diretamente de uma mineradora. A vida útil da mina está estimada até 2050, dependendo da viabilidade económica e do preço do ouro nos mercados internacionais.

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