O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) deu início nesta terça-feira (7) à programação do Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos. O evento, realizado até esta quarta-feira, em Brasília-DF, conta com a presença de autoridades e especialistas de vários países e organizações para debater a importância de tais minerais na transição energética.

A expansão da produção e da disponibilidade deles foi o tema da abertura, com a participação do vice-presidente do Ibram, Fernando Azevedo e Silva. “A capacidade de elevar a oferta de minerais críticos e estratégicos irá garantir ao Brasil uma condição de ‘segurança mineral’. E ela proporciona as bases para o país conquistar avanços na segurança alimentar e nutricional (minérios usados nos fertilizantes), na segurança energética (minérios nos equipamentos de produção de energia) e na segurança climática (minérios na transição para energia limpa), sendo esta última o caminho para superar os efeitos das mudanças no clima”, disse Azevedo.

Na abertura do seminário foi lançado o Green paper ou “livro verde”, documento destinado a promover uma reflexão sobre os minerais críticos e estratégicos. Saiba mais.

Ibram abre programação de painéis técnicos

Desde as 9h da manhã o evento movimentou o debate sobre a mineração sustentável e a transição energética, com os minerais críticos e estratégicos no centro das discussões. O primeiro painel (foto), intitulado “Os Minerais Críticos e Estratégicos e a Transição Energética no Brasil e no Mundo”, traçou um panorama da agenda dos MCE e seu papel na transição energética global, destacando os desafios e oportunidade para o setor mineral frente à necessidade de novo modelo de produção.

Como painelistas, participaram o Analista de Política Energética e Ambiental da International Energy Agency (IEA), Tomás de Oliveira Bredariol; a Diretora da Comissão de Transições Energéticas. Ita Kettleborough; o presidente e CEO do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), Rohitesh Dhawan e o Diretor do Departamento de Gestão das Políticas de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Breno Zaban Carneiro. O painel foi moderado pelo Diretor de Sustentabilidade do Ibram, Julio Cesar Nery Ferreira.

“Quando pensamos em minérios críticos, estamos pensando sobre minerais cujo suprimento pode ser de alguma forma incerto e que são extremamente relevantes para a cadeia produtiva de um país (…) Estamos falando de minerais em que vemos um futuro relevante para a aplicação em alta tecnologia, e o lítio é a estrela da vez. Nós estamos falando de minerais dos quais nós temos uma vantagem competitiva, que nos ajudam a melhorar bastante o perfil de nossa balança comercial”, resume o diretor do MME, Breno Zaban, destacando o fato de o Governo ter criado recentemente um plano decenal para mapeamento geológico desses minerais.

A tragédia climática do Rio Grande do Sul foi citada na abertura do segundo painel como um exemplo da urgência de se debater a transição energética e o papel dos minerais críticos neste contexto. Com o tema “Economia Circular e os Desafios da Circularidade Mineral na Transição Energética”, como o nome sugere, o painel tratou da importância da economia circular como estratégia chave para a sustentabilidade. A proposta foi ir além do processo de extração mineral, partindo de uma visão mais ampla do tema e aprofundando num recorte específico para o setor mineral.

“O Rio Grande do Sul vive um momento muito marcante do nosso país, muito triste, em que a gente consegue perceber de que forma as previsões se concretizaram e por isso temos que rediscutir urgentemente a nossa rota como país, como sociedade”, lembrou o representante da Ellen MacArthur Foundation, Pedro Henrique Pereira Prata.

Pereira destaca o fato de que as políticas públicas sobre a economia circular vêm avançando no Congresso, havendo um Projeto de Lei aprovado em regime de urgência no Senado e já encaminhado para apreciação na Câmara também com urgência: “Os ministérios também amadureceram muito. A gente está em vias de ter uma política do Executivo chamada Estratégias para a Economia Circular que dá rumos, dá norte político para que os ministérios adotem novas políticas de financiamento, projetos e parcerias para que de fato o estado atue como um acelerador dessa transição”.

Também participaram do painel a Pesquisadora do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), Lúcia Helena Xavier, o Coordenador de Meio Ambiente da Lundin Mining, Samuel Meier e o representante Unesco Brasil, Sérgio Monforte. A moderação foi da Gerente de Sustentabilidade do Ibram, Cláudia Salles.

A programação seguiu durante a tarde com mais painéis. O Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos do Ibram tem a cobertura do CidadadeseMinerais.com.br direto de Brasília, em parceria com a MM Advocacia Minerária. Clique e veja a programação completa.