Responsabilidade qualificada: a posição que a Mineração assume em um cenário de crescimento tecnológico

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No último mês, trouxemos alguns enfoques sobre a enorme evolução tecnológica experimentada pelas empresas em todo o mundo, e, especialmente, pelas mineradoras.

A mineração, por sua natureza, exerce um impacto significativo no meio ambiente e nas comunidades onde está inserida. Diante desse cenário, a adoção de práticas alinhadas aos critérios ESG (Environmental, Social, andGovernance) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) tornou-se uma necessidade imperativa para as mineradoras que buscam não apenas minimizar seus impactos negativos, mas também gerar valor sustentável para a sociedade e o meio ambiente. As melhores técnicas para o cumprimento desses critérios envolvem avanços tecnológicos indiscutíveis e já inalienáveis, mas deve trazer também uma mudança de mentalidade e gestão, onde a responsabilidade social e a sustentabilidade são colocadas no centro das operações.

As mineradoras têm adotado cada vez mais a automação e a Internet das Coisas (IoT) para melhorar a eficiência operacional e reduzir impactos ambientais. Sensores avançados e sistemas de monitoramento remoto permitem uma gestão mais precisa dos recursos, diminuindo o desperdício e melhorando a segurança dos trabalhadores. Essas tecnologias possibilitam a implementação de práticas de mineração mais limpas, como a redução do uso de água e energia, e a mitigação de emissões de gases de efeito estufa. No entanto, o maior desafio reside em integrar essas tecnologias de maneira a atender aos critérios ESG, garantindo que as operações sejam não apenas eficientes, mas também responsáveis e éticas.

A biotecnologia, por sua vez, oferece soluções inovadoras para a recuperação de áreas degradadas, utilizando organismos vivos para remediar solos e águas contaminados. Essas técnicas, como a fitorremediação e a biorremediação, tê a capacidade de acelerar a recuperação ambiental, além de contribuírem para a restauração da biodiversidade e a estabilidade dos ecossistemas. Quando combinadas com inteligência artificial, essas práticas podem ser ainda mais eficazes, permitindo um monitoramento constante e ajustes em tempo real para maximizar a eficiência dos processos de recuperação.

No entanto, a adoção dessas técnicas requer um compromisso sério com a pesquisa e o desenvolvimento, bem como um diálogo constante com as comunidades afetadas, para garantir que os benefícios sejam distribuídos de forma equitativa.

Em comparação com outras indústrias de grande porte, a mineração enfrenta desafios únicos devido aos impactos inerentes à extração de recursos naturais. Empresas do setor de energia, por exemplo, têm feito avanços significativos na transição para fontes renováveis, como a energia solar e eólica, que apresentam impactos ambientais muito menores em comparação com a mineração.

No entanto, as mineradoras têm a oportunidade de liderar o caminho em termos de responsabilidade social e sustentabilidade, adotando práticas que não apenas minimizem os danos ambientais, mas também promovam o desenvolvimento social e econômico das comunidades onde operam. Por seu porte e importância nos mercados de todo o mundo, as mineradoras assumem uma posição de altíssima relevância nessa mudança de paradigmas.

Exemplos de boas práticas podem ser vistos em mineradoras que têm adotado modelos de economia circular, onde os resíduos de mineração são reaproveitados ou reciclados, reduzindo a necessidade de novas extrações e diminuindo os impactos ambientais. Além disso, a transparência e a governança são aspectos fundamentais que precisam ser fortalecidos para que as mineradoras possam demonstrar de forma clara e objetiva seu compromisso com os critérios ESG e os ODS.

A comunicação aberta e honesta com as partes interessadas, incluindo as comunidades locais, os governos e os investidores, é essencial para construir confiança e garantir que as operações sejam vistas como benéficas para todos os envolvidos.

No Brasil, onde a mineração desempenha um papel econômico fundamental, o compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social pode servir como um modelo para outras indústrias. As mineradoras brasileiras têm a oportunidade de liderar essa transformação, adotando as melhores práticas globais e adaptando-as ao contexto local.

Isso inclui não somente a implementação de tecnologias de ponta, mas também o fortalecimento das políticas internas de governança e a promoção de uma cultura corporativa que valorize a ética, a transparência e o respeito pelos direitos humanos.

No cenário internacional, países como a Austrália e o Canadá têm mostrado como a mineração pode ser conduzida de maneira sustentável, com políticas rigorosas de proteção ambiental e programas de engajamento comunitário. Esses exemplos podem servir de inspiração para as mineradoras brasileiras, que enfrentam desafios semelhantes, mas também possuem um potencial enorme para inovar e estabelecer novos padrões no setor. A chave para o sucesso reside na capacidade de adaptar essas práticas às realidades locais, garantindo que as soluções sejam eficazes e sustentáveis no longo prazo.

À medida que o mundo avança em direção a uma economia mais sustentável, as mineradoras precisam estar na vanguarda dessa mudança, adotando práticas que atendam aos critérios ESG e que também promovam ativamente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Isso inclui a erradicação da pobreza, a promoção da educação de qualidade, a redução das desigualdades e a proteção do meio ambiente. Ao integrar esses objetivos em suas operações diárias, as mineradoras podem compensar ou mitigar seus impactos negativos, podem também contribuir de forma significativa para o desenvolvimento global sustentável.

Mineração e sustentabilidade

Assim, fechando nosso ciclo de artigos sobre o desenvolvimento tecnológico no âmbito das atividades ligadas à mineração, é impossível deixar de agregar a esses avanços a responsabilidade social e a sustentabilidade.

O conhecimento e o desenvolvimento estão necessariamente vinculados à responsabilidade que tais ganhos incorporam ao empreendimento: não são apenas questões de conformidade regulatória, mas sim aspectos centrais para o sucesso a longo prazo. As mineradoras que adotam essas práticas assumem o compromisso indiscutível de responsabilizarem-se pela conservação e proteção do meio ambiente e pela promoção do bem-estar social; além disso, também podem construir uma base sólida para um crescimento contínuo e sustentável.

Nessa posição que ocupam, as mineradoras assumem um papel de extrema relevância e passam a não terem o direito de se esquivarem da responsabilidade que se agrega a esse status no mercado, na sociedade e no mundo.

A adoção das melhores técnicas para cumprir os critérios ESG e atender aos ODS não é apenas uma necessidade moral, mas uma estratégia inteligente para garantir a viabilidade e a competitividade do setor no futuro. A mineração pode, e deve, ser um motor de desenvolvimento sustentável, liderando pelo exemplo e mostrando ao mundo que o progresso econômico e a preservação ambiental podem, e devem, andar de mãos dadas.

A sociedade, nesse cenário, não se coloca mais como uma vítima passiva dos impactos da mineração, mas como um ator consciente e engajado, exigindo transparência, ética e comprometimento das empresas. Com um papel ativo, a sociedade participa no diálogo, cobra práticas responsáveis e contribui para a construção de um modelo de mineração que respeite o meio ambiente e promova o bem-estar coletivo. Essa interação entre empresas e sociedade fortalece a responsabilidade compartilhada, onde todos podem atuar colaborativamente para alcançar um desenvolvimento que seja realmente sustentável e inclusivo.

Mariana e Marcia atual
Mariana Santos e Márcia Itaborahy

MM Advocacia Minerária

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