As bolsas de valores ao redor do mundo enfrentaram uma forte turbulência nesta segunda-feira (7), com os índices futuros das bolsas norte-americanas apresentando quedas significativas. O clima de pânico entre os investidores é palpável, alimentado pelo receio das consequências da nova taxação generalizada imposta pelo governo dos Estados Unidos.
Na Ásia, a bolsa de Tóquio viu suas ações despencarem 6,1%, enquanto Xangai registrou uma queda de 7,1%. Taiwan e Hong Kong não ficaram atrás, ambos com recuos de 9,6%. A Coreia do Sul também sentiu o impacto, com um retrocesso de 4,5%.
O efeito dominó chegou à Nova York, onde o índice Dow Jones caiu 2,2%. O S&P 500, que representa as 500 maiores empresas do país, operou em baixa de 2,5%, enquanto o Nasdaq, focado em tecnologia, teve uma queda ainda mais acentuada de 3%.
Na Europa, os principais índices também registraram perdas expressivas. Frankfurt foi a mais afetada, com uma queda inicial que chegou a 10%, finalizando o dia com um recuo de 7,86%. Paris teve uma diminuição de 6,19%, Londres caiu 5,83%, enquanto Madri e Milão recuaram 3,6% e 2,32%, respectivamente.
Nova taxação e tensões comerciais globais
O novo “tarifaço” do presidente Donald Trump entrou em vigor no último sábado (5), estabelecendo uma taxa de 10% para as importações brasileiras – a menor dentre as tarifas aplicadas. A medida gerou preocupações sobre um possível aumento nas tensões comerciais globais.
Bill Ackman, presidente do fundo Pershing Square Capital Management, expressou sua preocupação em relação às políticas tarifárias adotadas. Em declaração feita no sábado, ele alertou sobre os riscos envolvidos: “Ao impor tarifas massivas e desproporcionais a nossos amigos e inimigos da mesma forma e lançar uma guerra econômica global contra o mundo inteiro de uma vez, estamos destruindo a confiança em nosso país como parceiro comercial. Quando os mercados desabam, novos investimentos cessam e empresas são forçadas a cortar gastos e demitir trabalhadores.”
Ackman enfatizou que o presidente tem a oportunidade de pausar as tarifas por 90 dias para negociar soluções mais justas. Caso contrário, ele prevê um “inverno econômico nuclear autoimposto”, alertando que é hora de se preparar para o pior cenário econômico.