Itabira alcançou um marco significativo no controle do mosquito Aedes aegypti: o índice do Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), realizado no início deste mês, foi de 0,3% – o menor já registrado no município. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), bem como para o Ministério da Saúde (MS), os valores inferiores a 1% são considerados de risco ideal, indicando uma situação controlada.
De acordo com a Diretoria de Controle de Zoonoses, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), este resultado reflete a eficácia das ações contínuas dos Agentes de Combate às Endemias (ACE) e da estratégia integrada das secretarias municipais no combate às arboviroses desde o fim do ano passado.
Contudo, é necessário que haja uma vigilância constante e esforços contínuos – principalmente da população – para evitar novos surtos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti como Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela.
Ainda de acordo com a SMS de Itabira, em breve será realizada uma nova capacitação para os ACE, com foco no enfrentamento de novos desafios: prevenção da Febre Oropouche, transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis (maruim ou mosquito-pólvora) e Febre Mayaro que pode ser transmitida pelos mosquitos Culex sp. (pernilongo comum) e outras espécies do gênero Aedes. A formação é considerada essencial para garantir que todos os profissionais estejam preparados para lidar com os novos riscos e manter a eficácia das medidas de controle.
Além disso, antes do período chuvoso, a SMS de Itabira intensificará as ações de combate e conscientização a fim de assegurar que o baixo índice atual seja mantido e, principalmente, que a população continue protegida.
Itabira conta com sistema de monitoramento
Itabira já conta com um Sistema de Monitoramento Integrado do Aedes (MI-Aedes) para acompanhar, em tempo real, os mosquitos Aedes aegypti, permitindo que medidas eficazes de prevenção e controle do vetor sejam adotadas pela SMS.
O sistema de monitoramento dispõe de software, sistema de georreferenciamento, instalação do MosquiTRAP em 320 pontos da cidade para a captura do vetor, conferência semanal pelos ACE e análise de amostra biológica. A partir daí, é possível mensurar o grau de infestação de mosquitos e qual sorotipo viral está em circulação em cada microárea abrangida pelas armadilhas.
A armadilha usada em Itabira, denominada MosquiTRAP, é constituída por um vaso plástico preto, com uma abertura em formato de funil, túnel revestido por um cartão adesivo e água ao fundo, emulando um criadouro perfeito para o mosquito.
Dentro deste recipiente, é depositado o AtrAedes – produto que libera ao entorno da armadilha uma substância atraente para a fêmea adulta do mosquito. Ao entrar na armadilha para a postura dos ovos, o inseto fica preso no adesivo.
Desta forma é possível mensurar semanalmente o grau de infestação da microárea e enviar os mosquitos coletados para análise laboratorial. Tal tecnologia usada em Itabira foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG.