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Acordo entre Vale e Anglo American pode dobrar produção em Conceição do Mato Dentro

Foto: Cidades&Minerais - Em entrevista à imprensa nesta segunda-feira, na Exposibram, presidente da Anglo American Brasil Ana Sanches disse acreditar que a parceria seja efetivada ainda este ano 

 

A presidente da Anglo American no Brasil, Ana Sanches, informou, em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (9), que a produção de minério de ferro da empresa pode dobrar em Conceição do Mato Dentro com a efetivação do acordo de parceria com a Vale. A executiva falou sobre o assunto durante a abertura da Exposibram 2024, em Belo Horizonte.

“Olhando para frente, a gente vislumbra um futuro muito positivo. Um fortalecimento de tudo que conseguimos construir até agora. Com o acordo que estamos quase para fechar com a Vale, teremos muitos anos de acesso ao minério friável de alto teor, que nos permite produzir minério de alta qualidade”, afirmou Sanches.

Segundo a executiva, a parceria, ainda em fase de aprovação pelos órgãos reguladores, abre novas perspectivas para a mineração na região da Serra da Serpentina, em Conceição do Mato Dentro. “Estamos cada vez mais próximos de obter a autorização do Cade e de outros órgãos competentes. Com a aprovação, assinaremos o acordo nos moldes divulgados e iniciaremos os estudos de viabilidade. Vamos avaliar a melhor forma de incorporar outros recursos da Serra da Serpentina à Serra do Sapo, garantindo longevidade e a possibilidade de dobrar a produção do Minas-Rio.”

Atualmente, a capacidade nominal instalada do Minas-Rio é de 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. “Com a parceria, poderíamos dobrar essa capacidade”, ressaltou Sanches, ao mencionar que, para viabilizar a expansão, várias opções logísticas estão sendo estudadas, incluindo modais de transporte do minério até o porto.

A CEO da Anglo American destacou ainda que o prazo estimado para o estudo de viabilidade é de cinco anos, devido à complexidade das questões envolvidas. “Precisamos avaliar todas as possibilidades para encontrar a melhor solução. Não descartamos nenhuma opção”, reiterou.

Agenda ESG, desafios da mineração e transição energética

A presidente da Anglo American reforçou também o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a responsabilidade social em Conceição do Mato Dentro. “Sabemos que há movimentos contrários à mineração, mas estamos abertos ao diálogo para explicar como é possível fazer mineração sustentável e responsável. Nosso compromisso é que o impacto seja cada vez mais positivo, para que as comunidades ao redor se desenvolvam de forma independente da mineração”, destacou.

Sanches falou ainda sobre a importância dos minerais críticos para a transição energética e o papel do Brasil nesse cenário. “O Brasil tem uma riqueza mineral que pode fazer a diferença no mercado global. Precisamos acelerar o desenvolvimento tecnológico e a inovação para alavancar essa agenda da transição energética e ganhar vantagens competitivas no cenário internacional”, concluiu.

Sobre o preço do minério de ferro no mercado internacional, Sanches comentou que as expectativas, pelo menos no curto prazo, são de desaceleração. “A demanda de aço está desaquecida, especialmente na China, o que impacta diretamente o minério de ferro. No entanto, os analistas esperam uma recuperação no longo prazo. Estamos otimistas quanto ao futuro, principalmente para o nosso minério de alta qualidade”, afirmou.

Sobre o acordo de parceria Anglo American-Vale

A Vale assinou um acordo com a Anglo American para adquirir 15% de participação acionária e estabelecer uma parceria abrangendo a Anglo American Minério de Ferro Brasil, empresa que atualmente detém o complexo Minas-Rio, e os recursos da Vale da Serra da Serpentina. A Anglo American continuará a controlar, gerenciar e operar Minas-Rio, incluindo qualquer futura expansão.

Nos termos do acordo, a Vale fornecerá minério de ferro de alto teor da Serra da Serpentina e um pagamento adicional de US$ 157,5 milhões à Anglo American, sujeito a ajustes, dependendo das flutuações no preço do minério de ferro. A conclusão do negócio está prevista para o quarto trimestre de 2024, após aprovações regulatórias. 

O depósito da Serra da Serpentina de propriedade da Vale, adjacente ao Minas-Rio, possui 4,3 bilhões de toneladas de recursos, e oferece grande potencial de expansão.

A ampliação do Minas-Rio poderá utilizar a ferrovia da Vale e o porto de Tubarão para transportar a produção expandida, como alternativa à construção de um segundo mineroduto. Todas as opções logísticas serão analisadas durante o estudo de viabilidade. A transação não altera a participação de 50% da Anglo American na unidade de exportação do minério de ferro no Porto do Açu.

Cobertura especial Exposibram 2024

A Exposibram 2024 conta com a cobertura especial do portal CidadeseMinerais.com.br, parceiro editorial do evento, com apoio da MM Advocacia Minerária e Ecolabore Engenharia.

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