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Anglo American e Vale fecham acordo para exploração de 4,3 bilhões de toneladas de minério de ferro na Serra da Serpentina

A Serra da Serpentina é rica em minerais e concentra o impressionantes 4,3 bilhões de toneladas de minério de ferro, o que a torna um ativo altamente valioso com imenso potencial de crescimento

Fotos: Cidades e Minerais - Projeto Minas-Rio ampliado terá a opção de utilizar a Ferrovia Vale e o Porto de Tubarão para transportar o produto expandido, como uma segunda ligação às instalações do Porto de Açu da Anglo American

 

A Anglo American anunciou que fechou um acordo com a Vale para extrair os recursos de minério de ferro de alto teor localizados na Serra da Serpentina, operando pelo sistema Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro. A região concentra impressionantes 4,3 bilhões de toneladas de minério de ferro, o que a torna um ativo altamente valioso com imenso potencial de crescimento.

De acordo com a Anglo American, o corpo mineral se estende por aproximadamente o dobro da extensão do atual Minas-Rio, indicando seu tamanho substancial. Espera-se que essas vantagens combinadas resultem em maior eficiência operacional e redução de investimentos de capital.

Além disso, a integração dos dois recursos apresenta oportunidades significativas de expansão, incluindo a possibilidade de duplicar a produção. A Anglo American e a Vale avaliarão essas perspectivas como parte do acordo.

Vale contribuirá com recursos de minério de ferro de alto teor de Serpentina

Pelos termos do acordo, a Vale contribuirá com recursos de minério de ferro de alto teor da Serra da Serpentina e um desembolso de caixa suplementar de US$ 157,5 milhões para adquirir uma participação de 15% na Minas-Rio, sujeito aos ajustes habituais.

Conforme o acordo, se o preço médio de referência do minério de ferro permanecer acima de US$ 100 por tonelada ou abaixo de US$ 80 por tonelada por quatro anos consecutivos, o valor do pagamento será ajustado de acordo com uma fórmula mutuamente acordada pela Anglo American ou pela Vale, respectivamente.

Mineroduto Minas-Rio
Mineroduto Minas-Rio opera na região de Conceição do Mato Dentro

Após a conclusão do acordo, a Vale receberá uma parcela correspondente da produção de petróleo da Minas Rio. Além disso, a Vale também terá uma opção de compra de uma participação adicional de 15% no negócio Minas-Rio caso ocorram eventos relacionados à possível expansão futura do Minas-Rio, incluindo a aquisição de licenças ambientais necessárias para a expansão. Um estudo de pré-viabilidade e um estudo de viabilidade serão concluídos através de pagamento em dinheiro pelo valor justo calculado no exercício da opção de compra.

O projeto Minas-Rio ampliado terá a opção de utilizar a Ferrovia Vale, localizada próxima ao projeto, bem como o Porto de Tubarão para transportar o produto expandido, como uma segunda ligação às instalações do Porto de Açu, da Anglo American. Todas as soluções logísticas viáveis ​​serão consideradas e avaliadas durante o estudo de pré-viabilidade.

Empreendimento tem área de proteção ambiental no meio do caminho

O gasoduto Minas-Rio existente atravessa a malha ferroviária da Vale, permitindo que um segundo gasoduto, mais curto, se conecte ao corredor ferroviário até o porto de Tubarão. O acordo não inclui nem afeta a participação de 50% da Anglo American no terminal de exportação de minério de ferro no Porto de Açu.

A conclusão do acordo está prevista para o quarto trimestre de 2024, sujeito a todas as condições regulatórias.

Entidades locais são contra a extração na Serra da Serpentina

Em julho de 2023 o Coletivo SOS Doce Santo Antônio se reuniu com moradores e membros da comunidade em Itabira para discutir o projeto da Serra da Serpentina e os problemas ambientais que isso irá trazer.

O Coletivo SOS Doce Santo Antônio disse que com base na análise dos documentos cadastrais, o projeto tem tempo de exploração estimado de 39 anos na área, com 18 cavas interligadas por estradas e abrangendo aproximadamente 1.950 hectares.

O projeto na Serra da Serpentina afetará 94 cavernas e possíveis sítios arqueológicos, 49 dos quais serão totalmente eliminados (cavernas de biota e importância hidrológica específica).

Além disso, há também 53 pedidos de outorga para exploração de águas superficiais e subterrâneas, sendo que 51% das áreas de exploração afetadas são florestas naturais, incluindo unidades de conservação legalmente protegidas.

O projeto, segundo o coletivo, também está de olho em 48 unidades em áreas de uso sustentável, reservas particulares, patrimônios naturais, unidades de conservação integral, monumentos naturais, parques e reservas biológicas, como também, afetará espécies ameaçadas de extinção, além de espécies raras e  endémicas (que existem apenas em comunidade) que existem na Serra da Serpentina. Saiba mais.

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