O presidente da Usiminas, Marcelo Chara, anunciou que a siderúrgica fechará o Alto-Forno 1, em Ipatinga, em decorrência do mau momento vivido do aço no mercado local. O anúncio foi feito durante uma entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira (11), no Vale do Aço.
De acordo com Chara, a invasão do aço chinês no mercado brasileiro tornou inviável que a empresa mantenha os três alto-fornos da cidade funcionando. Só o alto-forno 1 tem capacidade de produzir 600 mil toneladas de aço por ano.
“As importações do aço chinês estão destroçando o tecido industrial do país e estão afetando diretamente toda a indústria. Estão entrando no país a preços subsidiados e isso gera um tremendo dano”, comenta Chara, lembrando que o Governo Chinês subsidia a produção para gerar empregos localmente e vende o aço com preço abaixo do valor de mercado para o resto do mundo.
Embora o presidente da Usiminas tenha anunciado a paralisação do Alto-forno 1, ele não precisou exatamente a data em que isso irá ocorrer. Porém, adiantou que a medida inevitavelmente resultará em redução de empregos para o Vale do Aço, como consequência da diminuição de produção e dos investimentos na cadeia siderúrgica.
Na semana passada, a Aperam, antiga Acesita, em Timóteo, também havia anunciado redução em sua produção no Vale do Aço. Saiba mais. Outras companhias, como Gerdau e ArcelorMittal também haviam feito cortes na produção, dando férias coletivas e até demissões por conta da crise.
Aumento de alíquota sobre importação do aço é solução apontada pelo segmento
Já há algumas semanas o presidente da Usiminas vem cobrando o aumento da alíquota sobre importação do aço para tornar a matéria-prima brasileira competitiva no mercado interno. Chara lembrou durante a coletiva que Estados Unidos, México e países da União Europeia tomaram a medida como forma de combater o comércio desleal da China.
De acordo com Chara, representantes do segmento já vêm em intensa negociação com o Governo Federal para obter o aumento da taxas sobre importação do aço e anunciou que em breve haverá uma reunião com os ministros do Desenvolvimento, Indústria, Serviço e Comércio e da Fazenda, Geraldo Alkimin e Fernando Haddad, respectivamente, para tratar do tema.