Neste início de 2025, uma nova etapa da tragédia de Brumadinho está prestes a ser escrita, com a redução significativa no valor do Programa de Transferência de Renda (PTR) para as vítimas do rompimento da barragem em 2019, em Brumadinho. O programa foi estabelecido para fornecer apoio econômico aos atingidos, mas a recente decisão de corte gerou revolta entre os moradores e organizações que acompanham a reparação.
Atualmente, cerca de 153 mil pessoas são atendidas pelo PTR, com um pagamento mensal que varia entre um salário mínimo para os moradores das Zonas Quentes, e meio salário mínimo para os que residem em áreas mais afastadas em Brumadinho. Contudo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pela gestão do programa, anunciou que o auxílio será reduzido pela metade a partir de março de 2025, e que o pagamento será finalizado em abril de 2026.
Essa medida é vista como um agravamento da situação para muitas famílias que ainda enfrentam as consequências do desastre. Apesar da política nacional de reparação econômica garantir o auxílio emergencial, apenas 15% da população atingida foi contemplada até agora, conforme dados da FGV.
Movimento dos Atingidos por Barragens diz que redução no Programa de Transferência de Renda vai afetar população de baixa renda em Brumadinho
A crítica do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) destaca que a redução do Programa de Transferência de Renda e a falta de uma reparação socioeconômica efetiva deixarão uma enorme lacuna para os atingidos, que ainda esperam pela indenização e pelo cumprimento do acordo de reparação firmado com a Vale e o governo de Minas Gerais. Para o MAB, a medida só agrava as disparidades e coloca os atingidos em um cenário de maior precariedade.
A redução do Programa de Transferência de Renda é, sem dúvida, um reflexo das promessas não cumpridas e das dificuldades que os moradores de Brumadinho ainda enfrentam, enquanto aguardam pela reparação completa de um dos maiores desastres ambientais da história do país.