A mineradora BHP reiterou, em comunicado oficial, que não firmará nenhum acordo no contexto da ação judicial movida pela Pogust Goodhead no Reino Unido, que busca uma indenização de R$ 230 bilhões em razão do desastre da Samarco.
A empresa, envolvida na tragédia de 2015, destacou que, caso seja condenada, “não é esperado nenhum tipo de pagamento indenizatório antes de 2028/2030”, o que gera preocupações sobre os impactos para os atingidos pelo desastre, que buscam justiça e reparação.
Riscos e incertezas para os atingidos pela tragédia de Mariana
A postura da BHP apresenta implicações significativas para as vítimas do rompimento da barragem em Mariana (MG), que continuam buscando uma compensação pelos danos causados. Os atingidos que optarem por manter sua adesão à ação no Reino Unido enfrentam um cenário de incerteza, não apenas quanto ao resultado do processo, mas também sobre a possibilidade de longos atrasos no recebimento das indenizações.
De acordo com um advogado especializado que acompanha o caso há mais de cinco anos, “os atingidos que insistirem em permanecer na ação inglesa correm dois riscos: perder a ação ou, em caso de vitória, ter que esperar por até mais cinco anos para receber a indenização”.
BHP contesta ação e afirma que não há acordo em andamento
Em sua nota, a BHP classificou a ação judicial no Reino Unido como “desnecessária”, ressaltando que ela “duplica questões por processos judiciais já em andamento perante as Cortes Brasileiras”.
A empresa reforçou que os programas implementados pela Fundação Renova desde 2016, bem como o recente acordo assinado no Brasil, já abordam as demandas e direitos dos atingidos, tornando a ação inglesa redundante, segundo a mineradora.
A mineradora também se manteve firme em sua defesa na ação inglesa, negando todos os pedidos apresentados no processo. A BHP reafirmou que, caso sua defesa seja bem-sucedida, o caso no Reino Unido não terá prosseguimento.