Os setores de mineração e transporte ferroviário enfrentam atualmente um período de grandes desafios, principalmente no que se refere ao desenvolvimento e à adoção de novas tecnologias para redução dos impactos ambientais e sociais.
É perceptível um maior engajamento de comunidades e órgãos fiscalizadores com a finalidade de garantir que as empresas trabalhem em prol de objetivos sociais que vão além do papel de uma corporação para maximizar os lucros.
A atividades de mineração, é reconhecidamente, por possuir elevado impacto ambiental. No caso do transporte ferroviário, o enorme tamanho de algumas operações, a quantidade de carga movimentada e os produtos transportados têm representado riscos para diversas regiões e populações, eventualmente afetadas por acidentes, emissões atmosféricas, ruídos e vibrações. Ambos os setores também são grandes consumidores de combustíveis fósseis.
Nesse contexto, há uma tendência para a elevação do conteúdo tecnológico nesses setores, reconhecidos, como setores que possuem grande parte das suas atividades de manutenção, operação e até mesmo de gestão ambiental utilizando a força humana e ferramentas ultrapassadas onde a qualidade e confiabilidade ficam literalmente nas mãos do trabalhador.
Novas tecnologias estão sendo adotadas, mas que, no entendimento daqueles que trabalham com robótica e mecanização, temos situações em que a tecnologia chega com atraso. Ouço bastante no setor ferroviário que durante testes e manutenções de equipamentos, representantes comerciais do próprio fornecedor dizer o termo outdated technology (tecnologia ultrapassada).
Em paralelo vejo a agricultura dando passos largos com os manuais tecnológicos debaixo do braço dos produtores tornando as atividades mais eficientes e consequentemente mais ecológicas.
É preciso intensificar a aplicação de instrumentos que possam garantir melhores resultados ambientais refletindo uma melhor relação com as comunidades principalmente no setor ferroviário que atravessa inúmeros municípios e áreas sensíveis ao longo de todo o trajeto. É preciso acelerar a locomotiva com seus vagões e os avanços tecnológicos embarcados
Maurício Eleto
Professor, instrutor e especialista em soluções e emergências industriais da ETECMA Soluções.