O processo de privatização da BR-381, trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, entra em uma semana decisiva. Na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) receberá, nesta segunda-feira 29, os envelopes das empresas interessadas em participar do leilão de concessão do trecho de 303,4 km.
A abertura dos envelopes, marcada para as 14h, poderá ser acompanhada ao vivo pelo canal da B3 no YouTube. Esse momento será determinante para o futuro da BR-381, já que, caso não haja interessados, o leilão será automaticamente cancelado.
Privatização da BR-381: expectativas e obrigações
A privatização da BR-381, que foi aprovada pela ANTT no dia 16 de agosto, prevê mais de R$ 9 bilhões em investimentos ao longo de 30 anos. Entre as principais obrigações da concessionária que vencer o leilão estão a duplicação de 106 km da rodovia, a adição de quase 83 km de novas faixas, a implantação de vias marginais e passarelas, além de outras melhorias que visam aumentar a segurança e a fluidez do tráfego.
Essas obras são consideradas essenciais para a logística e a economia da região e do país como um todo.
O projeto de concessão, que também promete gerar cerca de 73 mil empregos diretos e indiretos em Minas Gerais, foi revisado pelo governo para reduzir riscos e aumentar a taxa de retorno, tornando-o mais atraente para investidores.
Interesse do mercado e análise de risco-retorno
Segundo analistas do Goldman Sachs, o leilão apresenta desafios financeiros, principalmente nos primeiros anos de concessão, devido à necessidade de altos investimentos iniciais. Estima-se que a concessionária vencedora precisará investir cerca de R$ 5,5 bilhões nos primeiros sete anos, o que pode resultar em fluxo de caixa negativo nesse período.
No entanto, a taxa de retorno regulatória de 11,97%, superior à observada em projetos recentes, é um fator que pode compensar esses riscos.
Duas concessionárias líderes de mercado, CCR e Ecorodovias, são apontadas como potenciais participantes do leilão. De acordo com o Goldman Sachs, a CCR pode ver um potencial de valorização de 7%, enquanto a Ecorodovias poderia alcançar até 32% de retorno. Apesar do alto risco financeiro, o potencial de valorização torna o projeto atraente, especialmente após as melhorias implementadas.
Privatização da BR-381: próximos passos
A sessão desta segunda-feira é vista como um marco essencial para a concretização do projeto de duplicação da BR-381. Caso o leilão siga conforme o planejado, as intervenções prometidas finalmente sairão do papel, trazendo mais segurança para os motoristas que dependem da rodovia e contribuindo para o crescimento econômico de Minas Gerais e do Brasil.