Após três anos de negociações, a Vale finalmente acertou com a Cemig a aquisição da fatia de 45% da Aliança Energia por R$ 2,7 bilhões. Com essa transação concluída, a mineradora torna-se proprietária de 100% da empresa.
O acordo foi fechado com a data-base de 30 de junho de 2023, e o valor pago pela Vale será ajustado pelo CDI no término da transação.
Entretanto, é importante ressaltar que o negócio ainda está sujeito à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O valor atribuído à joint-venture formada pelas duas empresas em 2015 foi avaliado em R$ 6 bilhões.
Acordo entre Vale e Cemig teve algumas salvaguardas
Para a Vale, essa transação representa mais um passo na expansão de sua plataforma de energia proveniente de fontes renováveis.
Por outro lado, para a Cemig, essa venda se alinha com sua estratégia de desinvestimento em negócios nos quais detém participação minoritária, direcionando seu foco para a distribuição de energia. Além disso, essa transação encerra uma longa disputa entre os acionistas, que se arrastava há três anos devido a divergências em relação ao futuro da empresa.
A Aliança Energia registrou uma receita líquida de R$ 1,3 bilhão em 2023, um aumento de 8% em comparação com o ano anterior.
A relação entre as duas empresas não era das mais harmoniosas, especialmente devido aos problemas enfrentados pela hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida como Candonga, que foi totalmente comprometida em 2015 pelo desastre ambiental em Mariana, ocasionado pelo rompimento da barragem da Samarco.
Diante desse cenário, o acordo foi fechado com salvaguardas: a Cemig não será responsável por quaisquer prejuízos futuros que a Aliança possa vir a enfrentar decorrentes do desastre.
Além disso, a Aliança receberá uma compensação adicional, correspondente a 45% das indenizações futuras que possam ser obtidas, estimadas em R$ 223 milhões, também sujeitas à correção pelo CDI a partir da data-base.
A Aliança Energia opera sete hidrelétricas em Minas Gerais, dois complexos eólicos no Rio Grande do Norte e um em fase final de instalação no Ceará, totalizando uma capacidade instalada de 1.438 MW.