Agenda ESG na mineração: o status do Brasil na visão de especialistas do setor

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A agenda ESG na mineração foi tema de um painel realizado nessa terça-feira (10), no Expominas, em Belo Horizonte, como parte da programação da Exposibram 2024. O encontro reuniu líderes e especialistas do setor para debater os avanços e desafios na implementação de práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) nas empresas mineradoras do Brasil.

A “Agenda ESG da Mineração do Brasil”, desenvolvida para demonstrar que o setor mineral está cada vez mais comprometido em se tornar seguro, responsável e sustentável, foi o ponto central das discussões.

A mediação do painel ficou a cargo de Ana Cunha, diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross, e Alexandre Valadares Mello, diretor de Assuntos Associativos e Mudança Climática do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). 

Agenda ESG: ambiental

Durante o evento, Othon Maia, diretor da AngloGold Ashanti, destacou que a transformação sustentável no mundo dos negócios é um caminho sem volta. Segundo ele, essa mudança é resultado de uma sociedade em evolução e das novas expectativas em relação ao papel das empresas. “Independentemente do termo que se dá, essa transformação não volta atrás”, declarou.

A necessidade de aprender com o passado foi reforçada por Rosane Gomes Santos, diretora de Sustentabilidade na Samarco Mineração. Ela relembrou o rompimento da barragem de Fundão, em 2015, como uma lição contínua para a empresa. “A empresa aprende, ressignifica no dia a dia, ou seja, a reparação é um habilitador do nosso negócio”, declarou, enfatizando o compromisso com o diálogo contínuo com as comunidades impactadas.

Bruno Pelli, diretor Global de Serviços Técnicos de Mineração (Geologia, Mina e Processo) da Vale, compartilhou sua visão sobre a mineração do futuro. Para ele, o setor precisa se tornar desejado pela sociedade, o que exigirá uma abordagem mais conectada, autônoma e minimamente invasiva, com a redução constante dos impactos ambientais.

Agenda ESG: governança

No campo da governança, Ivan Simões, diretor de Assuntos Corporativos e Impacto Sustentável na Anglo American, ressaltou a complexidade dos desafios enfrentados pelo setor. Segundo ele, é fundamental que as mudanças sejam implementadas de forma cautelosa e razoável para garantir a sustentabilidade a longo prazo.

Dennis Alberto de Almeida Glória, sócio e diretor de Mineração e Metais na Falconi, discutiu os desafios da agenda ESG, especialmente no que diz respeito à transparência e coleta de dados. O executivo destacou a evolução significativa na criação de indicadores ESG para o setor, que passaram de oito para 26 em apenas cinco anos, com um aumento expressivo no número de empresas participantes.

Agenda ESG: social

A saúde e a segurança ocupacional foram apontadas como prioridades por Ediney Maia Drummond, diretor-presidente da Lundin Mining e vice-presidente do Conselho Diretor do Ibram. Ele destacou a responsabilidade das empresas em garantir a segurança dos trabalhadores, assegurando que todos retornem às suas casas em segurança ao final de cada turno.

Adriana Valente, gerente de ESG da Nexa Resources, falou sobre a importância da eficiência no uso de recursos naturais, com destaque para a gestão de recursos hídricos. Ela enfatizou a necessidade de projetos baseados em dados confiáveis para alcançar resultados eficazes e sustentáveis.

Renata Willens Longo Ferrari, diretora do Jurídico ESG e Relações Institucionais da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), abordou a função social das empresas, destacando iniciativas da CBMM para fomentar o desenvolvimento sustentável por meio da capacitação de fornecedores e do apoio a microempreendimentos.

Encerrando o painel, Tiago Mauriz, gerente-geral de Sustentabilidade da Largo Resources, enfatizou a importância da mineração responsável. Segundo ele, as ações da Largo estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, buscando promover transparência, respeito à vida, e o desenvolvimento socioeconômico das comunidades em que atuam.

A discussão na Exposibram 2024 mostrou que, embora haja desafios, o setor de mineração no Brasil está avançando na incorporação da agenda ESG, com um compromisso crescente com práticas que asseguram um futuro mais sustentável e socialmente responsável.

Cobertura especial do CidadeseMinerais.com.br 

O portal CidadeseMinerais.com.br é parceiro oficial da Exposibram 2024 e faz uma cobertura especial do evento em parceria com a MM Advocacia Minerária e Ecolabore Engenharia.

Para mais informações, acesse: exposibram2024.ibram.org.br.

 

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