O recente anúncio da tarifa de 25% sobre o aço importado pelos Estados Unidos, feita pelo ex-presidente Donald Trump, promete atingir diretamente três das maiores siderúrgicas instaladas no Brasil: ArcelorMittal, Ternium e CSN. Essas empresas lideram as exportações de semiacabados de aço, principalmente laminados planos, para o mercado americano, que em 2024 somaram US$ 2,8 bilhões.
As principais unidades produtoras de semiacabados de aço para os Estados Unidos estão localizadas em Pecém (CE) e no Rio de Janeiro (a antiga Companhia Siderúrgica do Atlântico). Esses produtos abastecem siderúrgicas americanas, que os utilizam na produção de aço final. Com a imposição da tarifa, o Brasil perde competitividade nesse mercado, afetando ainda mais o setor siderúrgico.
Taxas no aço brasileiro podem impactar na compra de carvão dos EUA
Entretanto, o governo brasileiro vê uma oportunidade nas negociações com os EUA. Isso porque, para fabricar o aço, o Brasil importa cerca de US$ 1 bilhão por ano em carvão dos Estados Unidos. Dessa forma, menos produção de aço no Brasil poderia resultar em menores importações de carvão americano, um ponto que pode ser levantado nas negociações futuras.
Até o momento, não houve contato de alto nível com o USTR (representação comercial da Casa Branca) ou com outros departamentos chave do governo americano, o que dificulta a abertura de uma negociação que beneficie o setor siderúrgico brasileiro.
O governo brasileiro segue adotando um tom cauteloso enquanto avalia os próximos passos, aguardando uma possível retomada das conversas para minimizar os impactos dessa medida sobre as exportações de aço.