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Importações de aço da China sobem 57,8% e acendem sinal de alerta para siderúrgicas brasileiras

Imagem: Pixabay - Com quase 1,1 milhão de toneladas importadas de aço no trimestre, setor cobra revisão urgente da política comercial do governo federal

O setor siderúrgico brasileiro volta a enfrentar turbulência em 2025 com o avanço significativo das importações de aço da China. Apenas nos três primeiros meses do ano, o Brasil recebeu 1,096 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos chineses, o que representa um aumento de 57,8% em relação ao mesmo período de 2024. O dado acende um sinal vermelho para a indústria nacional, que já vinha demonstrando preocupação com a pressão crescente sobre a produção interna.

Grandes empresas do setor, como Gerdau e Usiminas, relataram nos balanços do primeiro trimestre uma concorrência acirrada, impulsionada pelos preços mais baixos do aço asiático. A situação gerou novo apelo ao governo federal por medidas mais efetivas, diante da percepção de que os mecanismos atualmente em vigor têm se mostrado frágeis diante da ofensiva comercial chinesa.

Prazo para taxação adicional do aço está prestes a vencer

Desde junho de 2024, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) aplicou uma alíquota extra de 25% sobre determinados tipos de aço importado, como forma de conter a entrada maciça do produto estrangeiro. No entanto, essa medida tem prazo definido para acabar: 31 de maio de 2025. Com esse vencimento se aproximando, o setor aguarda com apreensão uma definição do governo sobre a renovação ou reformulação da política de proteção comercial.

O risco, segundo representantes da indústria, é que a retirada da sobretaxa abra ainda mais espaço para o aço chinês, que já lidera o ranking de exportadores para o Brasil, seguido por Coreia do Sul, com 117,2 mil toneladas no mesmo trimestre. Em março, as compras do produto chinês somaram sozinhas 448 mil toneladas — 53,1% a mais que em março do ano passado.

Empregos e investimentos ameaçados

O setor siderúrgico brasileiro é estratégico, tanto pela sua relevância na cadeia produtiva quanto pelo volume de empregos diretos e indiretos que gera. Por isso, a indefinição sobre a política comercial nos próximos meses é vista como um fator de risco para novos investimentos e para a manutenção de operações em várias regiões do país.

Agora, a expectativa do setor recai sobre Brasília. A decisão do governo nas próximas semanas pode ser determinante para o futuro da indústria do aço no Brasil — e para o equilíbrio entre concorrência externa e sobrevivência da produção nacional.

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