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Usiminas pode reduzir até R$ 1,5 bilhão em investimentos se governo não conter aço subsidiado

Imagem: Pixabay - Dados recentes do Instituto Aço Brasil revelam que, entre janeiro e março deste ano, o país importou 1,7 milhão de toneladas de aço, volume 29,6% superior ao do mesmo período de 2024

A Usiminas sinalizou que poderá rever o plano de investimentos previsto para o segundo semestre de 2025, caso o governo federal não tome providências eficazes contra o crescimento das importações de aço subsidiado. O alerta foi feito na quinta-feira (24) pelo CEO da companhia, Marcelo Chara, durante teleconferência com analistas de mercado.

Investimentos da Usiminas em risco e prioridade ambiental

Embora o planejamento atual da siderúrgica mantenha a projeção de investir R$ 1,5 bilhão ao longo do ano, Chara afirmou que a empresa pode desacelerar ou até suspender parte dos projetos, especialmente os que não estejam ligados diretamente ao meio ambiente — que continuam sendo considerados estratégicos pela companhia.

Segundo o executivo, a concorrência desleal imposta pelo aumento das importações, especialmente da China, tem colocado em risco não só os investimentos como também a própria sustentabilidade do setor siderúrgico no Brasil.

Importações em alta e críticas ao sistema de defesa comercial

Dados recentes do Instituto Aço Brasil revelam que, entre janeiro e março deste ano, o país importou 1,7 milhão de toneladas de aço, volume 29,6% superior ao do mesmo período de 2024. Desse total, a China respondeu por 65,2%, o equivalente a 1,1 milhão de toneladas — o que reforça as denúncias de dumping e comércio predatório feitas pelas siderúrgicas brasileiras.

Chara criticou a ausência de ações mais contundentes por parte do governo federal, mesmo após investigações preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontarem indícios de prática desleal nas exportações chinesas de laminados a frio e revestidos.

“Enquanto outros países adotam medidas concretas para proteger sua indústria, o Brasil permanece inerte”, afirmou o CEO, que também questionou a eficiência do atual sistema de cota-tarifa em vigor desde junho de 2024. Segundo ele, a medida se mostrou ineficaz e precisa ser revista com urgência.

O executivo destacou ainda que, com base no calendário técnico, o governo tem até outubro para decidir se aplicará medidas antidumping em resposta à investigação em andamento. No entanto, defende que a reformulação do atual modelo de defesa comercial do aço precisa ser encaminhada já na próxima semana, antes que os impactos no setor se agravem.

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