Na noite desta segunda-feira (5), a Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou uma audiência pública em Conceição do Mato Dentro, onde os participantes destacaram os benefícios trazidos pela atividade minerária da Anglo American na região, como a geração de empregos e melhorias na infraestrutura local. No entanto, muitos que estavam presentes também expressaram preocupação com os impactos socioambientais da mineração, pedindo mais contrapartidas da empresa.
O prefeito Otacílio Neto Costa Mattos enfatizou que, embora a cidade dependa atualmente da mineração, a população busca uma operação sustentável. Ele ressaltou a necessidade de investimentos significativos por parte da Anglo American para que sonhos como a chegada de uma universidade federal e melhorias na saúde pública se tornem realidade. “Queremos construir um novo legado para Conceição do Mato Dentro”, afirmou.
O presidente da Câmara Municipal, Sidinei Seabra da Silva, concordou com o prefeito ao reconhecer os benefícios econômicos proporcionados pela mineração, mas também pediu um aumento na contratação de mão de obra local e uma atenção especial às comunidades reassentadas. Ele alertou para a dependência econômica da mineração e a importância de diversificar as atividades do município.
Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), defendeu que a mineração trouxe transformações positivas para Conceição do Mato Dentro, destacando que é possível resolver os problemas existentes. André Viana, presidente do Sindicato Metabase de Itabira e região, questionou se substituir a mineração legalizada por garimpos ilegais seria realmente vantajoso.
Ana Sanches, presidente da Anglo American no Brasil, reforçou que a empresa busca reimaginar a mineração para melhorar a qualidade de vida nas comunidades onde atua. “A Anglo American tem um propósito, que é reimaginar a mineração para melhorar a vida das pessoas”, ela ainda mencionou investimentos significativos em infraestrutura, saúde e educação no município, além de mais de R$ 2,2 bilhões pagos a cidade nos nos últimos cinco anos pela Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem).
Sanches também informou que a empresa está estudando novas contrapartidas para o município e revelou que possui potencial para continuar suas operações na região por mais 50 anos. No entanto, enfatizou que a ampliação da barragem de rejeitos é essencial para garantir a segurança das operações futuras. A Anglo American está investindo R$ 5 bilhões em uma planta de filtragem de rejeitos que deverá ser concluída no início do próximo ano, permitindo que 90% dos rejeitos sejam tratados com segurança.
Mineração Sustentável é Tema de Debate na Assembleia Legislativa de Minas Gerais
Em uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputados destacaram a importância da mineração sustentável para o desenvolvimento da região e do Brasil. O presidente da comissão e um dos autores do requerimento, deputado Gil Pereira (PSD), enfatizou que é essencial ouvir todas as partes envolvidas. “Neste debate, discutimos os benefícios duradouros das operações mineradoras e também escutamos os anseios da comunidade de Conceição do Mato Dentro e arredores”, afirmou.
O deputado Betinho Pinto Coelho (PV), coautor do requerimento, ressaltou a presença da presidente da Anglo American na reunião como um indicativo da relevância das operações da mineradora para a economia local. “Isso também demonstra a responsabilidade que a empresa deve ter com o município e sua população”, destacou.
Durante o encontro, foi abordado o projeto minerário Minas-Rio, da Anglo American, que iniciou suas operações em 2014. O projeto inclui mina, usina de beneficiamento, um mineroduto de 525 km e um terminal de exportação, abrangendo 32 municípios mineiros e fluminenses. Em Conceição do Mato Dentro e no vizinho Alvorada de Minas, localizados a cerca de 170 km de Belo Horizonte, está instalado um complexo que engloba extração, beneficiamento e transporte de minério de ferro, além de uma barragem de rejeitos. A mineradora planeja expandir suas operações para garantir a continuidade e o aumento da produção.
A audiência desta segunda-feira (5) serviu como um contraponto a uma outra audiência pública realizada em 7 de abril pela Comissão de Direitos Humanos da ALMG. Naquela ocasião, moradores expressaram suas preocupações com a ampliação das atividades minerárias e relataram problemas já enfrentados pela comunidade devido à operação atual.
O debate em torno da mineração sustentável continua a ser uma questão central para o futuro econômico e ambiental da região.