As eleições municipais de 2024 não foram tão positivas para foram para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Os resultados de domingo (27) revelaram uma realidade bem difícil para os dois políticos, com derrotas significativas para ambos e uma nova configuração política no país.
Nada de Lula e Bolsonaro: resultado favoreceu o Centrão
Após o fechamento das urnas, a verdadeira vitória ficou com os partidos do Centro, que emergiram com um poder considerável nas prefeituras. PSD, MDB, PP e União dominarão mais da metade das cidades brasileiras, consolidando suas posições nas capitais. O PSD e o MDB, em especial, conquistaram cinco capitais cada, ganhando força para negociar seus apoios nas eleições de 2026.
Por outro lado, o PL de Bolsonaro elegeu 517 prefeitos, um aumento considerável em relação a 2020, mas ainda distante do objetivo de mil prefeituras. Já o PT, mesmo com 252 cidades conquistadas, viu seu desempenho ser considerado modesto, com apenas uma capital, Fortaleza, como grande destaque.
As atuações de Lula e Bolsonaro como cabos eleitorais foram colocadas à prova, revelando uma capacidade de transferência de votos inferior ao esperado. Em São Paulo, por exemplo, o deputado Guilherme Boulos (PSOL), apoiado por Lula, foi derrotado pelo atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que teve como suporte o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Além disso, governadores como Ronaldo Caiado (União) e Ratinho Júnior (PSD) utilizaram suas influências para eleger seus candidatos nas capitais, reforçando suas ambições para 2026. Caiado já expressou seu desejo de concorrer à Presidência, enquanto Ratinho é visto como um possível candidato do PSD.
Uma nova direção para o eleitorado
Essas eleições trazem lições claras para os dois lados da polarização. O eleitorado parece ter optado pelo pragmatismo, afastando-se dos radicalismos e buscando alternativas mais moderadas. Enquanto a direita se fragmenta, a esquerda enfrenta uma situação de desânimo.
Com a inelegibilidade de Bolsonaro, o embate entre os dois líderes não deixou um vencedor absoluto. O futuro político do Brasil, então, poderá exigir uma abordagem que transcenda ideologias, colocando a governabilidade e a moderação em primeiro plano nas eleições de 2026. O cenário é complexo, mas as mensagens das urnas são inegáveis: a política brasileira precisa evoluir.