A Câmara de Itabira viveu uma tarde de intensos debates nesta terça-feira (18), durante a reunião ordinária, sobre o impacto da iminente descontinuação da mineração de ferro pela Vale na cidade e a falta de projetos que garantam o desenvolvimento local após o fechamento das minas.
O vereador Bernardo Rosa (PSB), que já havia expressado críticas à postura da mineradora na semana passada, fez um protesto simbólico ao afixar um cartaz no local com a frase: “Por que não em Itabira?”.
Crítica aos investimentos da Vale e comparação com outras regiões
A mensagem do vereador foi uma cobrança direta à ausência de grandes investimentos da Vale em Itabira, especialmente quando comparados aos feitos em outras localidades mineradoras, como no estado do Pará.
O parlamentar apontou o projeto “Novo Carajás”, que prevê investimentos de R$ 70 bilhões até 2030 na expansão da mineração de ferro e cobre, além da instalação da maior usina de produção de cimento sustentável do mundo, que utilizará resíduos do Complexo de Carajás como matéria-prima. Para ele, esses exemplos demonstram a discrepância entre o que a mineradora está fazendo em outras regiões e a falta de ações concretas para a cidade de Itabira.
Demandas para o futuro de Itabira
Bernardo Rosa não apenas criticou a situação atual, mas também se posicionou em busca de soluções para o futuro do município, destacando a necessidade de um planejamento pós-mineração. “Precisamos saber o que a Vale fará com o passivo ambiental e quais os projetos para a diversificação econômica de Itabira após a mineração”, afirmou o vereador. Ele enfatizou que a cidade precisa de alternativas de receita, além de uma postura mais transparente da Vale quanto aos seus próximos passos.
A partir dessa discussão, o vereador e outros membros da comunidade de Itabira estão organizando uma mobilização para cobrar ações mais efetivas de órgãos públicos e políticos locais.
A ideia é formar um grupo de representação das cidades minerárias para garantir que o município não seja negligenciado durante o processo de transição econômica e ambiental. A busca por mais investimentos, sustentabilidade e oportunidades para a população de Itabira está se tornando uma prioridade, e a pressão sobre a Vale e as autoridades promete intensificar nos próximos meses.