Na manhã de quarta-feira (23), um grupo de atingidos pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, se reuniu em frente à sede da multinacional BHP, em Londres, para protestar contra as alegações da empresa em um julgamento que questiona sua responsabilidade na tragédia.
A manifestação, marcada pela indignação, contou com a presença de indígenas, quilombolas e familiares de vítimas, que buscam justiça após quase nove anos sem indenizações adequadas.
Alegações da BHP e a reação dos atingidos pela barragem de Mariana
Durante o julgamento, que se aproxima de sua conclusão, os representantes da BHP insistiram que a Samarco, empresa responsável pela barragem, é apenas um investimento, e não um braço operacional da multinacional.
Essa declaração gerou revolta entre os manifestantes, que sentem que a BHP tenta se eximir de responsabilidades, apesar de ser sócia da Vale no controle da Samarco.
O escritório internacional Pogust Goodhead, que representa os atingidos, acionou a BHP na justiça inglesa, reivindicando R$ 248 bilhões (aproximadamente 44 bilhões de dólares) em compensação.
Os advogados da empresa argumentaram que os dividendos recebidos da Samarco não implicam responsabilidade direta pelo rompimento da barragem. Entretanto, essa defesa não convenceu os manifestantes, que trouxeram garrafas com água turva do Rio Doce para simbolizar a devastação causada.
Os atingidos em Mariana se reuniram pacificamente, exibindo faixas e cartazes, enquanto clamavam por justiça em relação ao que consideram uma negligência da BHP. Mesmo sem a presença de representantes da empresa, a segurança do edifício registrou a ação dos manifestantes, que enfatizaram a necessidade de reconhecimento e reparação pelos danos sofridos.