Presidente da Câmara acusa Vale de encenação e questiona risco a nascentes em Itabira

Publicado em

A atuação da mineradora Vale voltou a ser alvo de fortes críticas na Câmara Municipal de Itabira. Na última terça-feira (13), o presidente da Casa, vereador Carlos Henrique Silva Filho, o Carlin Filho (Solidariedade), reagiu com indignação à reunião pública promovida pelo Codema (Conselho Municipal de Meio Ambiente), ocorrida um dia antes, e classificou o evento como “uma encenação”, repleto de funcionários uniformizados e perguntas previamente preparadas.

Vereador diz que Vale em Itabira vai causar impacto no lençol freático e ofereceu propostas consideradas ofensivas

O vereador se mostrou especialmente alarmado com o modo como a empresa tenta minimizar os efeitos do rebaixamento do lençol freático, previsto no projeto de expansão das cavas. Segundo ele, engenheiros da mineradora demonstraram desconhecimento técnico e desconsideraram o alcance dos impactos ambientais. “Querem fazer parecer que o rebaixamento se limita à área do projeto, mas as nascentes em diversos pontos da cidade estão em risco real de desaparecer”, afirmou Carlin, apontando que a região do Cubango e o Parque da Água Santa podem sofrer danos irreversíveis.

Ainda durante o discurso, o vereador criticou duramente a proposta da Vale para qualificação da mão de obra local diante da futura saída da empresa. “Oferecer cursos de culinária para trabalhadores que hoje operam equipamentos pesados não é plano de transição econômica. É desrespeito com a história de Itabira”, destacou.

Preocupações com uso da água e poluição atmosférica

Outro ponto levantado foi o uso do Rio Tanque. De acordo com Carlin, a água que deveria abastecer a população e atrair novos empreendimentos está sendo desviada para o consumo industrial da própria Vale. “Eles tomam a água que é nossa, que poderia ser usada por outras empresas. É como dar com uma mão e tirar com a outra”, criticou.

O vereador também denunciou o aumento das pilhas de estéril previstas no projeto de ampliação, apontando o risco de agravamento da poluição do ar em Itabira. “Querem construir mais duas mega pilhas, que vão despejar ainda mais particulado sobre nossa cidade”, alertou.

Ao final do pronunciamento, Carlin Filho fez um apelo à consciência coletiva dos vereadores e da população. “Estamos vivendo tempos sombrios. A empresa age sem se importar com o que vai restar de Itabira quando forem embora”, concluiu, sinalizando a necessidade de maior firmeza nas negociações e fiscalização dos projetos minerários na região.

Matérias Relacionadas

‘Biossólido Itabira’ irá transformar lodo da Estação de Tratamento de Esgoto Laboreaux em um insumo agrícola

O “Biossólido Itabira”, uma colaboração entre o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de...

‘Cidadão Legal’ vai emitir mil identidades em João Monlevade durante fim de semana

Todas as informações detalhadas do 'Cidadão Legal' estão disponíveis no site oficial da Câmara e no Instagram @camarajoaomonlevade

‘Festival Fartura Dona Lucinha’ agita cidades de Serro e Conceição do Mato Dentro

Entre os dias 20 e 28 de maio, o "Festival Fartura Dona Lucinha" chega...

‘Festival Os Sons do Brasil’ chega em Ouro Preto e Mariana entre 20 a 22 de junho

Entre os dias 20 a 22 de junho, Ouro Preto e Mariana serão palcos...

últimas Matérias

 Anglo Gold Ashanti tem vagas de estágio para níveis técnico e superior

Vagas se destinam tanto a atuações presenciais quanto híbridas, com carga horária diária de 6 horas; Inscrições podem ser feitas pela internet até 31 de agosto

 Ato em defesa da ANM – servidores protestam pela estruturação da Agência Nacional de Mineração

Servidores da Agência Nacional de Mineração estão com as atividades paralisadas como forma de...

 Cidade das gemas: moradores de Teófilo Otoni vivem terror com guerra entre facções criminosas

Bandidos trocaram tiros com a Polícia na noite desta quinta-feira; PCC e Comando Vermelho vêm amedrontando moradores da cidade nas últimas semanas

 Funcionários dos Correios desistem de greve na véspera da Black Friday

Servidores cogitavam paralisação para reivindicar correções em Acordo Coletivo e melhores condições de trabalho, mas desistiram da ideia após terem pedidos considerados pelos Correios