Ouro Preto ficou em destaque essa semana após o distrito de Antônio Pereira, que é afetado pelo risco de rompimento da Barragem Doutor, da mineradora Vale, ser um dos lugares com mais casos positivos da dengue no município.
Até o dia 6 de fevereiro, havia 209 casos de dengue na cidade, sendo 178 só em Antônio Pereira.
O Instituto Guaicuy, ONG escolhida pela comunidade como assessoria técnica independente (ATI) devido ao lançamento do PAEBM na Barragem Doutor, no Vale, tem recebido diversas denúncias de moradores da região em relação ao surto de Aedes aegypti, propagação de doenças como Dengue, Zika e Chikungunya.
De olho nesses números, no dia 31 de janeiro, a ATI enviou ofício à Vale, ao Ministro da Saúde da Província de Ouro Preto e ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais, solicitando a limpeza de imóveis dentro da Zona de Auto-Alívio (ZAS).
Até tarde da última terça-feira a cidade recebeu um total de 330 notificações de possíveis casos de dengue, sendo 209 com resultado positivo e 121 casos negativos. Os números do bairro Antônio Pereira levam a um número inflacionado para o município como um todo, pois foram 193 notificações, 178 exames positivos e apenas 15 negativos.
Fumacê será aplicado em pontos do distrito de Ouro Preto
Segundo a prefeitura de Ouro Preto, o próximo passo é aplicar um método de volume ultrabaixo (fumigação semelhante ao UBV) para eliminar insetos adultos nas áreas da Rua da Lagoa e Rua das Projetadas. Nos dias 15 e 16 de fevereiro, a aplicação da UBV continuará em outras áreas de Antônio Pereira, por ordem de ocorrência de casos de dengue.
Apesar da baixa toxicidade, alguns cuidados devem ser tomados devido a aplicação do UBV, são eles: cobrir gaiolas de pássaros com um tecido e guardá-las no interior da residência; cobrir vasilhames de comida e água de animais e/ou guardá-los no interior da residência; não deixar alimentos expostos próximo às janela; manter distância das bombas durante a aplicação do UBV; pessoas com problemas respiratórios devem permanecer nos cômodos dos fundos da residência; o consumo de verduras e frutas do quintal só podem ocorrer após 12 (doze) horas da aplicação do UBV.
Comunidade diz que Vale tem culpa pela proliferação da dengue na cidade
Casas danificadas após a transferência de famílias pela Vale, propriedades da mineradora, são foco de atenção e alvo de reclamações frequentes da comunidade, já que as ruínas provocaram surtos do mosquito Aedes aegypti após as chuvas de verão.
A Prefeitura de Ouro Preto informou que nos dias 31 e 2 de janeiro intervenções realizadas em conjunto com a mineradora eliminaram larvas do Aedes aegypti de todas as propriedades da família demolida em Antônio Pereira.
A Zoonoses chegou a um acordo com a Vale, comprometendo-se a limpar as propriedades no prazo de 15 dias. O prazo expira após o dia 15 de fevereiro.