A operação da Sandra Mineração, localizada em Prudente de Morais, Minas Gerais, tem gerado discussões intensas no município e nas redes sociais na Mina da Limeira. A mineradora, que obteve licenciamento para atuar na Fazenda Escrivânia, área a cerca de 60 km de Belo Horizonte, enfrenta críticas sobre os impactos que suas atividades podem causar tanto no meio ambiente quanto no patrimônio histórico local.
Conhecida por seus sítios arqueológicos e paleontológicos, a Mina da Limeira é um importante marco da história natural do Brasil, com destaque para o trabalho do dinamarquês Peter Lund, considerado o “pai da paleontologia brasileira”.
Impactos ambientais e culturais na Mina da Limeira
A Fazenda Escrivânia, onde a Sandra Mineração obteve autorização para operar, é reconhecida por sua importância arqueológica. O local foi palco de estudos significativos conduzidos por Peter Lund, que fez descobertas de fósseis e pinturas rupestres, ressaltando a relevância histórica e cultural da área.
Com isso, surgem preocupações sobre os possíveis danos que a mineração poderia causar ao patrimônio, afetando tanto o meio ambiente quanto a memória histórica da região.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) questionou a legalidade do licenciamento ambiental concedido à empresa, trazendo à tona o dilema entre o desenvolvimento econômico, gerado pela mineração, e a preservação de um legado histórico e natural.
O processo de licenciamento da Mina da Limeira, no entanto, foi aprovado por órgãos como a Câmara de Atividades Minerárias (CMI) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), após a realização de estudos técnicos que avaliaram diversos aspectos, como fauna, flora e patrimônio espeleológico.
A posição da Sandra Mineração e as respostas legais
Em resposta às preocupações levantadas, a Sandra Mineração emitiu uma nota destacando que a Mina da Limeira possui licenciamento regular e que os impactos ambientais foram devidamente avaliados. A empresa ressaltou que o processo de licenciamento seguiu todas as normas estabelecidas pelo Estado, e as licenças concedidas em 2020 e 2024 foram unânimes, com apoio tanto do setor público quanto da sociedade civil.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em uma decisão recente, também validou o licenciamento da mineradora, considerando que as atividades estão amparadas por licenças ambientais legais e não houve constatação de danos ambientais até o momento. Apesar disso, as preocupações quanto à preservação do patrimônio cultural da Fazenda Escrivânia permanecem, pois a área continua sendo um local de grande valor arqueológico.