Em uma inciativa solidária e com caráter de protesto, ídolos históricos de clubes mineiros realizarão neste sábado (23) o Futebol por Brumadinho: Justiça para 272 vítimas. O evento será no campo do Canto do Rio, a partir das 8h30. A atividade marca os 5 anos do rompimento da barragem da Vale na cidade.
O Futebol por Brumadinho reunirá uma seleção de masters de Minas, com jogadores como Nonato e Célio Lúcio, ídolos campeoníssimos pelo Cruzeiro, e o ex-ponta Sérgio Araújo, um dos mais queridos jogadores da história do Atlético. Outro nome do futebol mineiro que vai jogar é o ex-lateral direito Estevam. Ele defendeu o América de 1992 a 2000. Os veteranos enfrentarão um time formado por parentes de vítimas da tragédia.
O maior dos ídolos do Galo em campo
O time local terá um reforço de peso para enfrentar os craques veteranos: Reinaldo (foto), o maior ídolo da história do Atlético, com 225 gols marcados em 475 jogos. O “Rei” atuou também pela Seleção Brasileira, com 14 gols em 37 jogos, inclusive participando da Copa de 1978.
O baixo número de jogos pela seleção, apesar de ser um dos maiores centro-avantes da história do futebol brasileiro, se deve à sua militância política contra a ditadura militar. Ele era criticado abertamente por generais da época, o que causou represálias, como a falta de convocações.
Agora, Reinaldo luta por outra causa também repleta de injustiças: “Minas Gerais não é só minério. É também gente solidária e que luta por justiça. O futebol não pode ficar longe dessa luta e eu também não. Tragédias assim precisam ser punidas para que não aconteçam novamente”, diz o ex-jogador, que é também morador de Brumadinho.
O evento terá transmissão ao vivo pelo YouTube e Instagram
A tragédia de Brumadinho
A barragem da mina do Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, se rompeu em 25 de janeiro de 2019. O crime ambiental, além de devastar a bacia do Rio Paraopeba, matou 272 pessoas, entre elas dezenas de atletas que jogavam em times locais. Cinco anos depois, ninguém foi preso ou condenado.
No último dia 13 de março, o então presidente da mineradora, Fábio Schvartsman, teve o processo que pedia a sua responsabilização pelas mortes ocasionadas pelo rompimento da barragem suspenso pelo Tribunal Regional Federal da Sexta região (TRF-6). Clique e relembre.