A Fundação Estadual do Meio Ambiental (Feam) aprovou o Plano de Fechamento das minas Velha e Grande, da AngloGold Ashanti, em Nova Lima, cidade minerada da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). As unidades operaram no município entre os 1834 e 2003.
“Esta é uma importante etapa para a implantação do projeto ‘Nova Vila’, uma iniciativa da AngloGold Ashanti para a construção de um legado sustentável e efetivo para Nova Lima e região a partir do fechamento definitivo das minas”, diz a empresa.
A gerente de Fechamento de Mina e Minas Paralisadas da AngloGold Ashanti, Fernanda Guabiroba, explica que o plano, aprovado no final de outubro, consolida as estratégias de recuperação e as respectivas ações de monitoramento e fechamento da área, à luz da legislação vigente, garantindo estabilidade social e ambiental de modo a prepará-la para um uso futuro sustentável. “O projeto Nova Vila prevê a valorização do patrimônio histórico-cultural e de ressignificação do uso do espaço, atualmente desativado”, diz a gestora.
Conforme divulgado pela mineradora, o Nova Vila prevê a transformação da área minerada em um espaço que dará lugar a centros culturais, áreas verdes e de convivência, comércio, serviços, moradias, espaços para a prática de esportes ao ar livre, além de atividades de educação e economia criativa e também voltadas para a inovação na indústria.
A área a ser transformada pela AngloGold Ashanti
A mineradora explica que o Nova Vila está em processo de licenciamento junto aos órgãos de patrimônio e ambientais, com amplo debate com representantes da sociedade civil, comunidades, associações e instituições. A AngloGold Ashanti destaca que, para execução do projeto, desenvolvido em uma área particular, serão feitos investimentos privados, sem necessidade de recursos públicos, embora ele tenha a finalidade de ser aberto ao público. O montante a ser investido, no entanto, ainda não foi divulgado pela empresa.
O local onde serão fechadas as minas tem mais 260 mil m², sendo que 25% dele serão destinados a corredores ecológicos e áreas de preservação da Mata Atlântica. O projeto arquitetônico e paisagístico prevê a revitalização de mais de 19,6 mil m²de estruturas históricas, ainda segundo a mineradora.
Um dos objetivos do plano, de acordo com a empresa, é conjugar a valorização do patrimônio, preservação ambiental e a inovação com construções criadas para respeitar a história local, e com inspiração no conceito de Museu de Território.
“Entre os diferenciais do projeto, estão também o baixo impacto ambiental, refletido na baixa densidade de ocupação do terreno, para minimizar impactos na região e a construção de uma nova via de 2 km de extensão e de uma ciclovia que irá melhorar a mobilidade urbana na área central de Nova Lima. A partir do Nova Vila, passará a haver duas alternativas de escoamento da parte baixa da cidade para chegar ao Centro”, resume a Anglo Gold Ashanti.
“Ao mesmo tempo em que permite um novo uso a uma área industrial desativada, oferece lazer, promove o resgate e preservação da memória, valoriza a cultura, e favorece o desenvolvimento socioeconômico”, avalia o gerente de Comunicação, Comunidades e Relacionamento Institucional da empresa, Fernando Cláudio. Ele acredita que o Nova Vila representa um exemplo único de fechamento de mina, com geração de valores sustentáveis em Minas Gerais e no Brasil.