A onda de calor prevista para esta semana provocará elevação da temperatura de todas as regiões de Minas Gerais, podendo superar os 39°C no Norte e Triângulo Mineiro, favorecendo a ocorrência de incêndios florestais. A expectativa é que os termômetros indiquem temperaturas 5°C acima da média nessas regiões, por até cinco dias consecutivos. A previsão é do Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge).
De acordo o Simge, até o dia 22 de setembro há uma forte massa de ar seco e quente ganhando força sobre Minas Gerais, com máximas superando os 31°C em todas as regiões do estado. As temperaturas podem chegar a 38°C, em períodos da tarde, em áreas do Noroeste, Central Mineira, Oeste, Sul e Alto Paranaíba. Pode variar de 31°C e 34°C, à tarde, em áreas da Zona da Mata, Metropolitana de Belo Horizonte, Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri e Jequitinhonha.
Ainda de acordo com o órgão estadual, no Norte de Minas e Triângulo há um fluxo de vento que está advectando (transferência de calor ou matéria pelo fluxo de um fluido, especialmente na atmosfera ou no mar) ar quente para o Sul do país, que deverá, a partir da quarta-feira (20), elevar as temperaturas no setor oeste do Triângulo Mineiro, região que também faz divisa com os estados de Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul. As máximas neste setor deverão ser em torno dos 39°C.
“A onda de calor é um período prolongado de tempo excessivamente quente e desconfortável, em que as temperaturas ficam acima de um valor normal esperado para aquela região em determinado período do ano. Geralmente, é adotado um período mínimo de três dias com temperaturas 5°C acima dos valores máximos médios”, explica a diretora de Operações e Eventos Críticos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Wanderlene Nacif.
Incêndios florestais
O calor extremo cria condições propícias para o surgimento de incêndios florestais, representando uma ameaça aos ecossistemas e à fauna que neles habita. De acordo com o gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Rodrigo Bueno Belo, as altas temperaturas representam um risco elevado para a propagação das chamas nas Unidades de Conservação (UCs).
“Como não há uma previsão de chuva, esse cenário se torna ainda mais crítico. Estamos alertando nossas equipes e mobilizando mais aviões para fazermos o combate das chamas”, comenta Rodrigo Belo.
Atualmente, o Estado conta com duas aeronaves para esse trabalho e tem intensificado as ações por meio do programa Minas Contra o Fogo, desenvolvido em parceria com 36 municípios do estado.
Promovido pelo IEF, em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad),Cedec e Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), o Minas Contra o Fogo integra os municípios mineiros que apresentaram, entre 2013 e 2021, focos de incêndios em UCs dentro de seus limites territoriais. Segundo estimativa do IEF, cerca de 97% das queimadas são decorrentes de ação humana.
A onda de calor está intrinsecamente ligada às mudanças climáticas. Conforme as concentrações de Gases de Efeito Estufa (GEE) que continuam a aumentar na atmosfera, é esperado que as ondas se tornem mais frequentes, intensas e prejudiciais em todo o mundo.
Cuidados
De acordo com documento do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e da Defesa Civil do Brasil, em caso de calor extremo deve-se evitar a exposição ao sol durante os horários de maior calor; beber água a cada duas horas; usar roupas leves; consumir alimentos leves, como frutas e verduras; entre outras. As pessoas com maior risco de sofrer complicações ou morte durante uma onda de calor são crianças, idosos e pessoas com condições crônicas que requerem medicação diária.
Em relação aos incêndios florestais, moradores de áreas vulneráveis devem evitar atividades que possam causar faíscas, como queimadas não autorizadas, e denunciar qualquer comportamento suspeito às autoridades. As informações são da Agência Minas.