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MPF vai apurar a Usiminas durante a ditadura em episódio conhecido como Massacre de Ipatinga

Durante a investigação, o MPF determinará se a empresa esteve envolvida nessas condutas e, se possível, identificará os responsáveis ​​e as vítimas

Imagem: Pixabay - MPF vai apurar a Usiminas durante a ditadura em episódio conhecido como Massacre de Ipatinga

O Ministério Público Federal (MPF) iniciou uma investigação civil para apurar a potencial culpa da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. (Usiminas) pela consistente violação dos direitos humanos.

Esta investigação tem como objetivo determinar se a Usiminas colaborou com as forças de repressão do Estado durante o período da ditadura militar no Brasil.

A ação foi motivada pelo relatório final da Comissão da Verdade em Minas Gerais, que revelou que trabalhadores da Usiminas foram vítimas de violações em 7 de outubro de 1963, no episódio conhecido como Massacre de Ipatinga.

Saiba mais sobre o possível envolvimento da Usiminas durante a ditadura

O documento informa que no mesmo dia, na cidade de Ipatinga, região do Vale do Aso, a gendarmaria abriu fogo contra um grupo de siderúrgicos que protestava na entrada da empresa.

Dados oficiais mostram que a operação resultou em pelo menos 8 mortos e 92 feridos. O relatório também destacou que o massacre ocorrido nos dias 6 e 7 de outubro de 1963 foi o conflito operário mais sangrento e com maior número de vítimas na história do Brasil.

Durante a investigação, o MPF determinará se a empresa esteve envolvida nessas condutas e, se possível, identificará os responsáveis ​​e as vítimas. O procedimento foi iniciado a partir de requerimento ao Ministério Público aprovado pela Comissão de Trabalho, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais.

O aparelho repressivo do regime militar envolve grandes empresas, afirmou a Comissão Nacional da Verdade (CNV), um agente infiltrado, no seu relatório final. Segundo o documento, a aliança entre as empresas e a ditadura que vigorou no Brasil até 1985 tentou suprimir as organizações de trabalhadores, tendo o movimento sindical como principal alvo.

A investigação mostra que os agentes repressivos se infiltraram nos trabalhadores, permitindo uma estreita colaboração entre a nova burocracia sindical e as instituições repressivas.

Além disso, o Gabinete de Segurança e Informação (ASI) foi criado nos departamentos de recursos humanos das empresas estatais e privadas para poder fornecer informações ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), Operações de Informação (DOI) e o Centro de Operações de Defesa Interna (Codi), todos do aparato repressivo dos regimes autoritários.

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