Considerada a maior produtora de ouro do país, a AngloGold Ashanti possui uma história centenária no Brasil. Nesta semana, a empresa foi acusada de omitir dados sobre as barragens do empreendimento em Nova Lima (MG).
Nesta quarta-feira (27), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) moveu uma ação civil pública contra a mineradora AngloGold Ashanti. O órgão solicita a suspensão das atividades da empresa na Planta do Queiroz, em Nova Lima (MG), até que a barragem Cocuruto e demais estruturas estejam estabilizadas.
De acordo com o MPMG, a AngloGold teria omitido relatórios no ano passado que constavam que a barragem Cocuruto não possuía uma condição de estabilidade satisfatória. O Ministério Público também encaminhou um requerimento à Justiça solicitando a indisponibilidade de bens no valor de R$50 milhões como uma medida de compensação por danos morais coletivos.
“Por duas vezes no ano de 2022, a ré teve em mãos estudos técnicos robustos, elaborados por consultoria especializada por ela própria contratada, que indicavam a ausência de estabilidade na barragem […] Ao invés de torná-los públicos e discutir abertamente o seu teor e as providências a serem tomadas junto aos órgãos competentes, a ré simplesmente omitiu que existiam” – aponta um trecho da ação.
O caso foi apurado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e pela Agência Nacional de Mineração (ANM) que embargaram a operação após constatar a prática da mineradora. Em março, técnicos do MPMG e a Defesa Civil de Nova Lima estiveram no empreendimento e confirmaram inconsistências e irregularidades no Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (Paebm).
De acordo com a AngloGold, todas as barragens da planta estão seguras, estáveis, e não recebem efluentes e rejeitos desde dezembro de 2022. A empresa afirma que atua de forma ética e transparente, além de dialogar com as autoridades competentes e monitorar as barragens constantemente.