A juíza Geneviève Grossi Orsi, da 8ª Vara Federal Cível de Belo Horizonte, aprovou o pedido da Mineradora Vale para evitar que o cacique morto Merong Kamakã fosse enterrado no terreno onde morava. Entretanto, contrariando a decisão judicial, o líder indígena acabou sendo sepultado em Brumadinho, segundo apuração do Jornal O Tempo.
A Superintendência da Polícia Federal de Minas Gerais, disse que a medida “prejudicava o planejamento operacional adequado, uma vez que não foi possível dimensionar sequer a quantidade de indígenas que poderiam estar presentes no evento”.
Além disso, foi pontuado que “o cumprimento da medida poderia ocasionar graves conflitos, uma vez que se trata de um líder indígena cuja morte gerou uma grande comoção na comunidade indígena, tendo repercutido, inclusive, nos principais veículos nacionais de comunicação”.
O cacique foi encontrado morto na segunda-feira (4). Nos registros policiais, o caso foi registrado como suicídio, mas devido à suspeita, o crime não foi encerrado e uma investigação foi instaurada.
Cacique morto lutava por Brumadinho
O cacique morto morava em uma aldeia de Brumadinho e liderava ações de recuperação de terras no vale do Córrego de Areias quando foi encontrado morto. As terras foram discutidas em processos na Justiça Distrital Federal da Sexta Comarca, com a mineradora buscando a recuperação dos espaços.
A empresa pediu proteção à Justiça para evitar que o cacique fosse enterrado nos terrenos discutidos no processo. O objetivo do sepultamento, ou no jargão aborígine, “semear e plantar”, acontecerá nesta quarta-feira (06), na Areia de Brumadinho.