Início Geral Escolha do Novo Papa: entenda como funciona o conclave que começa hoje

Escolha do Novo Papa: entenda como funciona o conclave que começa hoje

Imagem: Divulgação - Reunião secreta entre cardeais define o futuro da Igreja Católica; saiba o que acontece por trás das portas fechadas da Capela Sistina

O mundo volta os olhos para o Vaticano nesta semana, com o início do conclave que irá escolher o novo Papa. A cerimônia, envolta em tradição, mistério e espiritualidade, começa oficialmente nesta terça-feira (7), com a entrada solene dos cardeais na Capela Sistina, onde ocorrerão as votações secretas para definir o sucessor de São Pedro — líder espiritual de mais de 1,3 bilhão de católicos ao redor do mundo.

A escolha de um novo pontífice acontece sempre após a morte ou renúncia de um Papa. No cenário atual, a vaga se abre após a saída do Papa Bento XVII (hipotético, para efeito deste texto), o que reacende o debate sobre os rumos da Igreja e a expectativa global em torno da decisão.

O que é o conclave

O conclave é o processo formal e fechado de eleição de um novo Papa. A palavra vem do latim cum clave, que significa “com chave”, numa referência ao fato de que os cardeais eleitores ficam literalmente trancados no Vaticano durante o processo. Nenhuma comunicação externa é permitida — celulares, e-mails ou qualquer contato com o mundo exterior são proibidos até que a decisão seja tomada.

Somente cardeais com menos de 80 anos podem votar. Atualmente, o colégio eleitoral é composto por 117 cardeais de diferentes partes do mundo, que se reúnem em Roma com uma única missão: escolher o próximo Papa por maioria qualificada — ou seja, ao menos dois terços dos votos.

Como funciona a votação do conclave para o novo Papa?

Após a missa de abertura, chamada Pro Eligendo Pontifice, os cardeais se dirigem à Capela Sistina, onde prestam juramento de sigilo absoluto. As votações acontecem em sessões diárias, com até quatro rodadas por dia: duas pela manhã e duas à tarde.

Cada cardeal escreve o nome do escolhido em um papel e o deposita em uma urna. Os votos são então contados e lidos em voz alta por escrutinadores previamente escolhidos entre os próprios eleitores. Para ser eleito, o candidato precisa de no mínimo 79 votos, o que equivale a dois terços do total.

Se nenhum cardeal atinge essa maioria após várias votações, ocorre uma pausa para reflexão e oração. O processo pode durar dias ou até semanas — o último conclave, em 2013, durou apenas dois dias e elegeu o Papa Francisco após cinco rodadas de votação.

Um dos momentos mais simbólicos do conclave é a liberação da fumaça pela chaminé da Capela Sistina. Quando o voto termina sem decisão, os papéis são queimados com substâncias químicas que produzem fumaça preta — sinal de que ainda não há Papa.

Quando um novo pontífice é escolhido, os votos são queimados com outra combinação de substâncias que produzem fumaça branca, acompanhada do som dos sinos da Basílica de São Pedro. O mundo inteiro então sabe: “Habemus Papam” — temos um Papa.

Pouco depois, o novo líder da Igreja aparece na sacada da Basílica, vestido com os paramentos papais, para dar sua primeira bênção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo), encerrando oficialmente o conclave.

Embora apenas cardeais votem, qualquer homem batizado pode, em teoria, ser eleito Papa. No entanto, desde o século XV, todos os eleitos eram membros do colégio cardinalício. Uma vez escolhido, o novo pontífice pode escolher qualquer nome para seu papado — um gesto que costuma sinalizar as prioridades ou a inspiração espiritual do novo Papa.

Desafios e expectativas

O próximo Papa terá pela frente uma série de desafios: renovação interna da Igreja, combate à crise de abusos sexuais, fortalecimento da fé num mundo cada vez mais secularizado e o diálogo inter-religioso em tempos de tensão global. Além disso, há grande expectativa sobre a escolha de um nome que represente regiões fora da Europa, como América Latina, África ou Ásia — o que poderia refletir melhor a diversidade do catolicismo atual.

Enquanto os cardeais se reúnem sob o teto de Michelangelo, o mundo aguarda, em suspense e oração, o anúncio do novo líder espiritual da Igreja Católica. Um momento que une tradição milenar, fé e decisão histórica.

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