Mariana, a “Primeira de Minas”
Nomeada Mariana, devido a uma homenagem do rei de Portugal, Dom João V, à sua esposa, a rainha Maria Ana D’Austria, a cidade localizada a 110 km de Belo Horizonte, foi a
capital mineira primogênita. Com sua trajetória marcada com a busca pelo ouro, religiosidade, descobertas e arte, Mariana com uma média de 60 mil habitantes, de acordo com o IBGE de 2018, também traz em sua história o fato de ter sido a primeira vila e cidade de Minas Gerais. O município que já foi o centro religioso do estado e sede do primeiro bispado mineiro, além de pioneiro em comunicação, com a primeira agência dos Correios em Minas, também possui uma constante lembrança, por suas praças retangulares e ruas em linhas retas, de ter desfrutado de ser uma das primeiras cidades planejadas do Brasil e a inaugural em Minas Gerais.
Ainda assim, não é apenas nisso que Mariana é pioneira. A antiga capital das Gerais
guarda outras riquezas além da estética que remete ao período do Brasil Colônia, porém que foram descobertas com ele. Apesar de seus distritos desenvolverem atividades agropecuárias e um artesanato variado, afora o turismo, a principal atividade econômica e industrial do município é a extração de minério de ferro, forte geradora de empregos e receita pública. A ligação da cidade com a mineração se consolidou com a descoberta de ouro em um rio batizado de Ribeirão Nossa Senhora do Carmo, em 16 de julho de 1696, graças aos bandeirantes paulistas liderados por Salvador Fernandes Furtado de Mendonça.
Às margens do rio foi fundado o arraial de Nossa Senhora do Carmo, que em pouco
tempo se transformaria em um dos principais fornecedores de ouro à coroa portuguesa, e
meio século depois ganharia o nome de Mariana. Em consequência disso, a cidade tombada
como Monumento Nacional em 1945 e conhecida como “Primeira de Minas” tem
participação na Trilha dos Inconfidentes, Circuito Estrada Real e é um dos municípios mais
importantes do Circuito do Ouro. Mas sua relação com a mineração não se encerrou aí. No
ano de 2015, ondas com detritos de minério devastaram o subdistrito de Santa Rita Durão,
pertencente a Mariana, Bento Rodrigues. O rompimento da uma barragem administrada pela empresa Samarco foi responsável pela contaminação do Rio Doce e a morte de 20 pessoas.