Potencializados pelo El Niño e pelo efeito de mudanças climáticas, os temporais passaram a ser comuns no início de 2024, deixando um rastro de destruição nas cidades onde ocorrem. Nessa terça-feira (23), entre o final da tarde e o começo da noite, vários municípios de Minas Gerais registraram alagamentos, enxurradas em vias públicas, quedas de árvores, danos à rede elétrica, entre outros transtornos.
Na capital mineira, a região Centro-Sul amanheceu com cenário de guerra, com danos em vias públicas e ao patrimônio particular. Carros ficaram amontoados depois da enxurrada. No bairro Santo Antônio, a Avenida Prudente de Morais se transformou em um rio. A Barragem Santa Lúcia transbordou, alagando ruas do bairro (foto).
O prefeito da capital, Fuad Noman, classificou o incidente como “novo normal” e destacou que a Câmara de Belo Horizonte prejudicou a tomada de medidas preventivas, por não ter votado projeto do município prevendo alocação de recursos para investir em obras para conter efeitos das chuvas. Em contrapartida, a atuação do prefeito foi bastante criticada por pré-candidatos à prefeitura de Belo Horizonte e por opositores.
Já o secretário de Proteção da Defesa Civil de Belo Horizonte, Waldir Figueiredo, afirmou que a PBH não previu um volume de chuva tão grande para essa terça-feira. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (24), ele informou que a previsão era de até 40mm para o dia anterior. A regional com maior volume de chuva registradas no período foi a Pampulha, com 79,4 mm.
No interior, entre algumas das cidades mais castigadas estão Conceição do Mato Dentro, Governador Valadares, Teófilo Otoni e Itabirito. Nas redes sociais, várias páginas compartilham imagens dos estragos. Em Conceição do Mato Dentro, um dos pontos mais atingidos foi nas imediações da Rua Casemiro Souza, local que costuma alagar frequentemente por conta da falta de infraestrutura de escoamento, segundo o relato de moradores. Clique para ver.
Morte em Viçosa foi o último incidente mais grave registrado em cidades mineiras em 2024
Até esta quarta-feira, foram registradas seis mortes em decorrência das chuvas em Minas Gerais. A última delas ocorreu em Viçosa, na Zona da Mata, no último domingo (21), quando foi encontrado o corpo de um motociclista que havia desaparecido na enxurrada, durante uma tempestade no dia anterior.
No último boletim divulgado pela Defesa Civil, que abrange de 27 de setembro até 23 de janeiro, 952 pessoas ficaram desalojadas em virtude das chuvas em Minas. Além disso, 131 ficaram desabrigadas.
De acordo com a Coordenadoria de Defesa Civil de Minas Gerais, o estado permanece em alerta até o próximo domingo (28), em função do grande volumes de chuvas previstos para o período.