Agendado para o próximo dia 29 de agosto, o leilão de concessão do trecho da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador à iniciativa privada pode colocar fim em uma verdadeira “novela”. As perspectivas melhoraram consideravelmente desde o último dia 2 de agosto, quando o Ministério dos Transportes recebeu oito propostas em licitação que definirá quem vai assumir as obras de duplicação no trecho entre Caeté e Ravena, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
As obras do chamado lote 8A foram um dos gargalos enfrentados pelo Governo Federal nas três tentativas anteriores de privatizar a estrada. Especialistas apontaram que os riscos geológicos envolvidos na duplicação do trecho afastavam as eventuais empresas interessadas. Ciente do problema, o governo, então, assumiu e fatiou as obras em dois lotes – o 8B vai de Ravena até a entrada da Avenida Cristiano Machado, no Anel Rodoviário, onde há ainda o problema de reassentamento de 2 mil pessoas que vivem atualmente às margens da rodovia, porém ainda sem previsão de data para a licitação.
As obras devem custar entre cerca de R$ 360 milhões a R$ 400 milhões, conforme as propostas apresentadas à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Rota alternativa
Nesta semana o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) confirmou que está em estudo a possibilidade da construção de uma nova estrada ligando o entroncamento da MG-436, próximo a São Gonçalo do Rio Abaixo, ao município de Nova Era, o que representaria encurtar a viagem de Belo Horizonte ao Vale do Aço em cerca de 20km. Denominado como “variante Santa Bárbara”, o trecho mudaria o traçado da BR-381, afastando a estrada de João Monlevade, município do Médio Piracicaba que representa um importante polo de siderurgia no estado, recentemente reconhecido como Capital Estadual do Fio Máquina. Saiba mais.
Porém, de acordo com o DNIT, o traçado exato seria definido somente após as conclusões do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) da BR-381, o que deve ocorrer no segundo semestre de 2026, “a depender da disponibilidade de recursos”, segundo o órgão. Já se sabe, até o momento, que a estrada poderia passar pelo município de Itabira, de acordo com projetos em análise.
BR-040 devolvida ao DNIT
Na última semana, o DNIT assumiu a administração de trechos da BR-040, um dos principais eixos rodoviários de integração do país. Na terça-feira (6), a autarquia absorveu à sua malha um total de 709,7 quilômetros da rodovia, entre Brasília (DF) e Belo Horizonte. As oito praças de pedágio presentes no segmento foram liberadas ao tráfego e não haverá cobrança aos usuários.
A devolução ocorreu pelo fato de a antiga concessionária, a Via 040, empresa do Grupo Invepar, alegar prejuízos e solicitar a rescisão contratual. O Governo Federal anunciou que já trabalha para realizar uma nova concessão da rodovia.