O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou que, a partir desta segunda-feira (10), o país começará a aplicar novas tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. Com isso, as taxas serão somadas às já existentes, e a medida visa aumentar a competitividade do mercado norte-americano, de acordo com o republicano.
Trump também indicou que, nos dias 11 ou 12 de fevereiro, anunciará tarifas “recíprocas” para países que, em sua visão, possuem vantagem no comércio com os EUA.
Novas tarifas afetarão o Brasil?
O impacto da decisão será significativo para o Brasil, um dos maiores exportadores de aço e alumínio para os Estados Unidos. Em 2024, o Brasil exportou US$ 6,37 bilhões em produtos de ferro, aço e alumínio, sendo que a maior parte (US$ 6,10 bilhões) foi de ferro e aço. O mercado brasileiro tem uma grande dependência das exportações para o território norte-americano, e a nova tarifa poderá afetar substancialmente esse fluxo.
No ano de 2020, as exportações de produtos brasileiros para os EUA somaram US$ 3,03 bilhões, sendo US$ 2,85 bilhões de ferro e aço, e US$ 171 milhões de alumínio. Embora o Brasil tenha sido isento de tarifas adicionais em 2020, a situação pode mudar com a aplicação das novas taxas. O país é, de longe, o maior fornecedor de ferro e aço para os EUA e ocupa a segunda posição no ranking de exportação de alumínio.
Reações no setor de aço e alumínio e expectativa para o mercado
A medida anunciada por Trump traz incertezas e volatilidade ao mercado, que aguarda com expectativa as próximas movimentações da Casa Branca. Se as novas tarifas entrarem em vigor, os produtores brasileiros podem enfrentar desafios adicionais para manter sua competitividade no mercado norte-americano, o maior destino das exportações de ferro e aço do Brasil e o segundo maior para o alumínio.
Com as tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio já aplicadas desde 2018, a situação pode se agravar, especialmente para o Brasil, que depende fortemente desse mercado.
As novas tarifas e a possível revalorização de isenções provocam dúvidas sobre a manutenção das relações comerciais com os EUA, especialmente após as concessões de quotas de isenção feitas em administrações anteriores. O governo brasileiro e os setores industriais terão que lidar com as implicações dessa decisão, enquanto o comércio bilateral se mantém sob constante vigilância.